Um reconhecimento justo para quem trabalha

Publicado em: 06/06/2022

Existe um conceito milenar na humanidade, que o ser humano gosta e precisa de dinheiro, mas não é só ele que faz as pessoas felizes. O reconhecimento pelo trabalho realizado através de uma referência ou homenagem, por mais singela que seja, proporciona um novo alento e consequentemente, sentimento de mais dedicação e de felicidade. Infelizmente nos dias atuais, a correria do dia a dia, a luta pela sobrevivência do momento, muitas vezes as pessoas esquecem que um elogio, um agradecimento, ou uma homenagem simbólica, contribui com maior gratidão do que uma participação econômica ou financeira.

A recente iniciativa do deputado Moacir Sopelsa de homenagear algumas pessoas e entidades, pelos serviços prestados ao setor agro, certamente marcou a vida daqueles que foram homenageados. A sessão especial da Assembleia Legislativa de SC, comemorativa aos 15 anos da conquista da certificação de Livre de Febre Aftosa sem Vacinação, pode ser avaliada por dois ângulos. Primeiro reconhecer o trabalho daqueles que se dedicaram para que essa conquista fosse concretizada. Aí merece o destaque aos técnicos da Secretaria da Agricultura, da Cidasc, das agroindústrias e cooperativas, liderados por governantes corajosos e decididos da época, que enfrentaram forças poderosas, contrárias à decisão de parar de vacinar. De outro lado deve ser reconhecido o empenho dos produtores rurais, donos dos rebanhos, que da mesma forma que foram resistentes no inicio em não vacinar, assumiram o risco de parar de vacinar, para busca de resultados econômicos futuros, o que aliás aconteceu com a conquistas de novos mercados, e consequentemente a valorização da produção catarinense, no país e no exterior.

Aderindo às regras internacionais que definem critérios para a certificação, o produtor catarinense contribuiu significativamente com a conquista. A dedicação e o zelo em que o tema foi tratado, além de obter uma certificação inédita, concedida pelo Órgão de Controle Internacional a um estado, e não a um país como o usual, o modelo adotado aqui em SC abriu caminho para que outros estados também seguissem o exemplo, e mais de 10 anos depois pudessem também exportar proteínas animais sem restrição, contribuindo para a economia do país.

Conseguir esse feito pode parecer insignificante para os leigos, mas para que viveu o processo, sem dúvida tiveram que sobrepor muitos obstáculos, na área técnica, administrativa e política. Para quem recebeu o prato pronto, talvez a valorização seja menor, mas há que se reconhecer que muitas pessoas trabalharam para atingir esse status que SC conquistou. Fez muito bem deputado Moacir Sopelsa, que é do ramo, homenagear o agro pela conquista inédita no país. Os resultados econômicos, para os produtores, para as agroindústrias e para os cofres públicos são mensuráveis.

Muitos empregos foram criados a partir dessa Certificação que possibilitou ampliar nossas exportações de carnes. O lamentável é saber que ainda exista administradores públicos não reconhecendo a importância desse setor e vem criticando as empresas da secretaria da Agricultura que cuidam do assunto, taxando-as de onerosas para os cofres púbicos. Será que o nosso agro teria tanto destaque em nível nacional e internacional e o estado de SC seria tão reconhecido, se não existissem as cooperativas; as agroindústrias e os técnicos da Cidasc e da Epagri que garantem a segurança na produção e na qualidade dos nossos produtos? Pense nisso.

Por Ivan Ramos