Um Plano Safra robusto

Publicado em: 11/07/2022

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC

O setor agropecuário brasileiro tem vivido de emoções surpreendentes. Positivas e negativas.  Negativas, com mais frequência, por fugir do controle das autoridades e dos agricultores, quando se trata de mercado, de clima e de imprevistos até mesmo na esfera política, nacional ou internacional. Nesse mundo globalizado, qualquer decisão importante no mundo, repercute por aqui, e um dos primeiros setores a ser atingido é o agropecuário, pela sua importância na alimentação da humanidade.

Recentemente o agro brasileiro foi surpreendido com anúncios positivos. Em um momento em que a economia mundial está fragilizada, onde a inflação atingi patamares jamais vistos em quase todos os países; quando os juros internacionais estão em alta e que governantes estão se batendo para evitar aumento da pobreza, eis que o país tupiniquim, o Brasil, dá exemplos para garantir proteção ao setor agropecuário. Um Plano Safra robusto e bastante positivo. A expectativa, diante da situação atual, era de pessimismo. O setor aguardava cortes de recursos, juros elevadíssimos, e dificuldades para o próximo plantio. Com os custos de produção nas alturas; com guerra no exterior e desentendimentos políticos internamente, onde os poderes da República estão em conflitos, onde um deles se considerando dono dos outros dois, até mesmo desrespeitando as regras constitucionais, o que se esperava era perspectivas negativas.

Veio o contrário para o agro. O governo federal foi sensível em reconhecer que esse setor que é o propulsor dos demais, não apenas porque garante a sobrevivência de todos, mas também por fazer girar a economia em diversas atividades, no final se transforma em arrecadação de tributos. O Plano Safra anunciado agradou a grande maioria das lideranças. Os juros poderiam ser melhores? Sim, mas diante da situação atual, deve ter sido o possível. Afinal, estão abaixo da inflação e o Plano oferece diversas alternativas em linhas de crédito, priorizando aquelas áreas com maior carência. 

A agricultura familiar, que para SC é quase a totalidade dos agricultores, continua sendo privilegiada. As taxas de juros serão menos da metade da Selic, a taxa básica do mercado financeiro, portanto, altamente subsidiadas. Os volumes de recursos também foram ampliados, é qualquer pessoa de bom senso, certamente saberá reconhecer. Agradou a todos? Claro que não, fazendo valer o ditado de que “toda a unanimidade é burra”. Sempre existirão os descontentes, os do contra, especialmente aqueles contrários ao governo atual. Mas para as pessoas de bem, que reconhecem o esforço empreendido, certamente o Plano Safra foi considerado bom. Agora, precisa ser cumprido, operacionalizado, liberado, e não apenas anunciado. Caso contrário, o tiro pode sair pela culatra. Pense nisso!

Fonte: Fecoagro/SC.