Que venha o próximo round: 2022

Publicado em: 10/01/2022

Por Ivan Ramos

É comum que no começo de um ano novo, todos desejarem sucesso e prosperidade aos outros. As expectativas são de dias melhores do que o ano que terminou. Mesmo que aquele tenha sido bom para a maioria das pessoas, sempre se deseja e se espera o melhor. A realidade muitas vezes se apresenta diferente, mas o otimismo sempre deve ser a melhor receita para enfrentarmos dificuldades. O setor agropecuário já entrou o ano novo com adversidades concretas.

Os custos de produção estão estratosféricos. Os riscos de falta de rentabilidade nas atividades agropecuárias são reais. Além disso, aqui no sul do país, e principalmente no Oeste Catarinense, há novo contratempo. Um novo nesse ano, mas reincidente das safras anteriores. A estiagem veio para preocupar os produtores rurais. As boas expectativas de uma safra cheia, anunciadas durante o plantio, já não se podem mais afirmar nesses primeiros dias de janeiro.

Infelizmente, mais uma vez, ficará a conta para o agricultor. Quando se afirma que a agricultura é uma atividade de alto risco, fora de controle, poucas pessoas, principalmente do meio urbano, acreditam. Já temos prejuízos consumados, mesmo com a pouca chuva que caiu nos últimos dias. As lavouras de milho e as pastagens que garantem a produção leiteira em SC, já não serão mais as mesmas aguardadas.

Mas isso já não é mais novidade. Os nossos agricultores estão sempre resistentes às adversidades e, certamente, enfrentarão mais essa e superarão as dificuldades. Lutar contra a natureza não é uma missão fácil, embora há quem diga que o ser humano é quem está provocando esse descontrole da natureza.

Mas há que se pensar em soluções em nível governamental para minimizar problemas dessa natureza. Já se fala em prorrogação dos financiamentos bancários para quem teve sua lavoura atingida pela estiagem. Mais uma vez, jogando o problema pra frente. São sucessivas as decisões nesse rumo. O agricultor perde safra, mas não tem compensação.

O seguro das lavouras tem custos elevados, muitos plantadores não contratam porque pesa ainda mais nos custos de produção e correm esse risco. Os governos precisam destinar um recurso específico para esses imprevistos. Precisa de cobertura total da lavoura e não apenas do financiamento para garantir a liquidez para os bancos.

Se a produção de alimentos é segurança nacional, isto é, sem alimentos não existe sobrevivência, precisamos ter políticas publica que assegurem as lavouras em épocas de perdas de safras. Em muitos países desenvolvidos do mundo isso existe. Os governos garantem as safras futuras em nome da oferta de alimentação para a população, principalmente urbana. 

Infelizmente essa carência ainda temos no Brasil. Nossos políticos, que aprovam Leis, não estão preocupados com o que deveria ser a prioridade das prioridades. Neste ano de 2022 é ano de eleições no Brasil. No executivo e no Legislativo.

Será a hora da nossa população avaliar o comportamento de cada candidato. O que fizerem para defesa do homem do campo? Pensaram na população ou só nos no seu próprio umbigo? Chegou a hora de fazermos uma limpa nos políticos individualistas, e oportunista. Só o seu voto pode mudar esse país. Não podemos perder essa oportunidade. E que venha o próximo round. Pense nisso.

Fonte: FECOAGRO