Peste suína na Ásia é oportunidade para o Brasil, mas é preciso cuidar dos animais

Publicado em: 06/06/2019

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) informou que mais de 2,5 milhões de suínos já foram eliminados em países asiáticos por causa da contaminação com a peste suína africana. Os dados da Organização foram contabilizados até 23 de maio. Segundo a FAO, o balanço da entidade compila informações extraídas dos órgãos federais dos países.

A situação mais crítica permanece sendo a da China, onde foram detectados 133 focos da doença em 32 províncias. Doença representa uma janela de oportunidades para a exportação de carne suína brasileira aos países asiáticos, em especial para China.

No entanto, para que os produtores brasileiros tenham sucesso na empreitada, será fundamental que o país tenha credibilidade, oferecendo produtos que cumpram todos os requisitos exigidos. A peste suína africana é uma doença altamente contagiosa que, apesar de não acometer seres humanos, se dissemina rapidamente entre os animais.

O presidente da Cooperativa Regional Itaipu, Arno Pandolfo, mais do que comemorar a possibilidade de exportar carne suína em maior quantidade, com um bom preço, está preocupado com a manutenção do status sanitário dos produtores catarinenses e a proteção dos animais.

Vou apenas repetir as palavras do presidente da Aurora Alimentos Mario Lanznaster, que foi rígido ao pedir que os produtores de suínos, aves e leite cuidem de seus plantéis; principalmente não deixando que pessoas estranhas circulem nos aviários, ordenhas e pocilgas”, explicou.

Posso ser radical, mas se essa doença chegar em nosso Estado será uma quebradeira geral, por isso nossa preocupação”, destacou. O Ministério da Agricultura alinhou seus trabalhos e intensificou as medidas para evitar o ingresso do vírus no país.

A carne suína é a mais consumida na China. O país vive o ano do porco em 2019, segundo o calendário lunar – muito importante para os chineses – e todos os fatores convergem para preços cada vez mais altos frente a estoques cada vez mais ajustados.

Um estudo do professor de economia Dermont Hayes, da Universidade Estadual de Iowa (EUA), mostra que no primeiro ano de um surto da doença em território norte-americano, em projeção, causaria uma perda financeira de US$ 8 bilhões para produtores de carne suína, US$ 4 bilhões para a indústria do milho e US$ 1,5 bilhão para a soja.

Fonte: Cooperitaipu