Governo federal autoriza o cultivo comercial de macroalgas em Santa Catarina

Publicado em: 28/01/2020

Os maricultores catarinenses terão mais uma importante alternativa de renda. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou o cultivo comercial da macroalga Kappaphycus alvarezii no litoral de Santa Catarina. O produto, utilizado na indústria farmacêutica e alimentícia, é altamente valorizado no mercado e pode ser combinado com o cultivo de ostras, mexilhões e vieiras. Este será mais um mercado exclusivo de Santa Catarina.

“Mais uma boa notícia para o agronegócio catarinense. Ao longo de 2019 fizemos várias tratativas com o Instituto do Meio Ambiente, Ministério da Agricultura, Secretaria de Aquicultura e Pesca e Ibama para a liberação do cultivo de macroalgas em Santa Catarina e hoje colhemos os resultados. Os maricultores catarinenses terão mais uma alternativa de renda”, comemora o secretário de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural, Ricardo de Gouvêa.

A Instrução Normativa do Ibama autoriza o cultivo comercial Kappaphycus alvarezii entre os municípios de Itapoá e Jaguaruna. O pesquisador do Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (Epagri/Cedap), Alex Alves dos Santos, explica que a decisão traz a possibilidade de diversificação dos cultivos marinhos, aumento dos lucros para os maricultores, maior oferta de emprego e renda nas comunidades tradicionais.

“Além desses benefícios, talvez a maior contribuição seja ambiental, pois as algas são a base da cadeia alimentar aquática e absorvem nutrientes da água para promover seu crescimento, favorecendo a vida marinha. Com essa autorização, os próximos anos serão de muito trabalho para Epagri, para UFSC e, principalmente, para os maricultores que juntos estarão construindo uma nova cadeia produtiva na história do agronegócio catarinense”, ressalta.

Por possuir propriedades gelificante, espessante, estabilizante e emulsificante, a macroalga é utilizada em diversas indústrias como farmacêutica, química, alimentícia e têxtil.

Os estudos para o cultivo de macroalgas em Santa Catarina começou em 2008 numa parceria entre Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A Epagri/Cedap mantém dois cultivos experimentais de Kappaphycus alvarezii em Penha e Governador Celso Ramos e as negociações para autorização da produção foram retomadas no último ano.

Santa Catarina é o maior produtor de moluscos do Brasil. São 565 maricultores distribuídos em 11 municípios e gerando cerca de 2 mil empregos diretos. Em 2017, a produção girou em torno de 13,7 mil toneladas de mexilhões, ostras e vieiras.

O Estado é o único do País que realiza o monitoramento permanente das áreas de cultivo. O Programa Estadual de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos é um dos procedimentos de gestão e controle sanitário da cadeia produtiva, dando garantia e segurança para os produtores e consumidores.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Agricultura, da Pesca e do Desenvolvimento Rural de SC