Geadas e estiagem provocam escassez de milho e aumento de preços

Publicado em: 13/07/2021

Mercado de milho passou uma semana de muita expectativa, após 3 dias  após incidência  de muito frio, com geadas fortes em praticamente toda as regiões produtoras de milho 2ª safra. Os estados do PR, SP, MS e o Paraguai, regiões muito expressivas, e representativas, no plantio da 2ª safra de milho, foram duramente atingidas pelo frio com formação de geadas. Perdas, seguramente, importantes no quadro de produção ocorreram, as quais o mercado, e empresas especializadas em levantamentos de campo, trabalham buscando a realidade das perdas. Levantamentos concretos ainda o mercado não tem. Porém de uma safra que inicialmente tinha um potencial produtivo de 85/88 milhões de Ton, forte perdas com falta de chuvas ocorreram, e dados anteriores as geadas, já traziam para uma produção de 62/63 milhões de Ton.

A expectativa agora é para uma 2ª safra de 56/58 milhões de Ton, que poderá ainda ser menor, visto que muitos produtores aproveitaram o período pós geadas, sem chuvas, e colheram muitas lavouras para silagem, o que diminuirá, significativamente, a colheita de milho grão. Um período de mais de 10 dias sem chuvas nas regiões produtoras de milho, e que foram atingidas pelas geadas, minimizou por demais as perdas da qualidade das lavouras do milho, e tal fato, atenua expressivamente a quebra final pelas geadas.

Diante destas incertezas ainda da produção final de suas lavouras, os produtores buscaram cautelas comerciais, saíram do mercado com vendas, demonstrando claramente preocupação com o cumprimento de contratos já firmado, e somente após deverão voltar com mais posições de vendas. Por outro lado, o mercado consumidor de milho passou a buscar com mais intensidade participar de compras, e naturalmente um cenário para altas de preços.  Ofertas vendedoras, praticamente nominais, com ideais vendedora de 98,00 à 100,00 (+ ICMS) por saco de 60 Kg, que anteriormente ao frio, o mercado praticava 83,00/85,00 R$/sc 60 Kg, aumento expressivo de mais de 10,00 R$/sc.

Mesmo com uma certa acomodação dos preços Internacionais do milho na Bolsa de Chicago, o mercado brasileiro se descola facilmente, deste referencial, basicamente visto de que, o Brasil já tem um volume expressivo de exportações contratadas anteriormente (especialmente o MT) e começa embarcar agora, com os navios já atracando nos portos brasileiros para embarque já apontando mais de 2,5 milhões de Ton nomeados para carregamento em julho. Dentro desta lógica e como as exportações brasileira ocorrem de julho à janeiro (7 meses), é razoável pensar de que o Brasil carregará muito milho, e que não temos mais do que 15/18 milhões de Ton à serem exportadas, sob pena de faltar milho até chegarmos em nossa 1ª safra de 2022, a partir de janeiro/fevereiro de /2022. Nosso consumo anual está estimado em 78 milhões de Ton, portanto um média de 38/40 milhões de Ton de julho à janeiro/2022, com uma safra de 58 milhões de Ton, não poderemos exportar mais de 15 milhões de Ton, visto que nossos estoques atuais estão praticamente zerados.

Salientamos ainda, que com dados do ultimo relatório do USDA – Departamento de Agricultura dos EUA, de junho/2021, o consumo mundial de milho está projetado em 1.181 milhões de Ton, para ano comercial 2021/2022 (setembro/2021 à agosto/2022), contra um consumo do ano comercial 2020/2021 de 1.50 milhões de Ton. Aumento do consumo mundial projetado em 31 milhões de Ton a mais do que o ano anterior.

Diante destes dados, facilmente concluir que o cenário para preços do milho, até a chegada de nossa safra em janeiro/2022, é altista, e com valores absolutos em reais, dependendo das cotações internacionais, da variação cambial, e em especial, qual será o montante de nossas exportações de milho, que impactará na oferta e demanda de final de ano, a qual tende a ser por demais ajustada.

Fonte: Corretora Granosul.