Futuro do agro depende de economia sustentável na produção

Publicado em: 05/09/2018

O rendimento da produção nacional passa diretamente pelos investimentos públicos e privados, que atualmente correspondem a 70% do crédito rural, segundo dados do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Por isso é importante que o agronegócio nacional adote uma economia sustentável para com os produtores, seguindo o modelo cooperativista, que atualmente alcança 6,5% da população brasileira e gera 376 mil empregos diretos, analisaram os especialistas presentes no 6º Fórum de Agricultura da América do Sul, realizado nos dias 23 e 24 de agosto no Museu Oscar Niemeyer (MON), em Curitiba (PR).

Conectar as pessoas às tecnologias em prol do desenvolvimento econômico e social precisa ser foco para o setor, segundo o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile. “É importante estarmos conectados a essas inovações e ir para esse caminho da inovação. Nosso grande patrimônio não são nossas propriedades, e sim, as pessoas”, contextualizou Nobile durante o painel de cooperativismo.

Segundo o economista Pedro Loyola, presente no painel sobre crédito sustentável, o produtor rural tem 68% de gastos voltados para a tecnologia e precisa de políticas públicas que o auxiliem contra o endividamento. “Crédito precisa ser sustentável economicamente para o produtor, para que ele não inicie um ciclo vicioso que se inicia com o atraso nos pagamentos e termina com a perda de produção”.

O líder do Programa de Infraestrutura do Banco Mundial no Brasil, Paul Procee, também destacou esse ponto. “O Brasil ainda está no berço do investimento tecnológico e precisa aumentar essa busca. Temos que criar mecanismos para criar linhas de financiamento para alinhar as políticas dentro da União”.

Outro desafio ao produtor é conciliar a demanda pelo crescimento na produção de alimentos com as áreas de preservação ambiental, que correspondem a mais de 60% do território nacional. Para comparação, essa faixa equivale aos 28 países que compõem a União Europeia.

“Alguns estados do Norte brasileiro como Amapá, Roraima e Acre tem dificuldade em conseguir estabelecer uma cultura do agronegócio, devido a essas demarcações”, avaliou o Chefe da Embrapa Territorial, Evaristo de Miranda, que, junto do ex-Ministro da Agricultura e Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, compôs o painel de meio ambiente.

E essa preocupação com o futuro do setor norteou os debates durante os dois dias de evento, promovendo a conexão entre diversos elos da cadeia produtiva para encontrar soluções para esses desafios. “Conseguimos reunir mais de 600 pessoas de 17 países acompanharam os 14 painéis temáticos, com 45 palestrantes. O agronegócio é parte vital da economia brasileira e cada vez mais todos os setores estão voltando sua visão para ele”, analisou o coordenador do Fórum, Giovani Ferreira.

A análise do mercado é a pauta central do 7º Fórum de Agricultura da América do Sul, que será realizado nos dias 5 e 6 de setembro de 2019 em Curitiba (PR), tendo como tema “Da produção ao mercado – global e sustentável”. As discussões irão analisar oferta, demanda, produção interna, segurança alimentar, entre outros temas comerciais, os relacionando com variáveis na produção como tecnologia, inovação, logística e sustentabilidade.

Fonte: Sistema OCB