Campo Futuro levanta custos de produção em três estados

Publicado em: 16/06/2022

O Projeto Campo Futuro realizou levantamento dos custos de produção de grãos, pecuária de leite em três estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Espírito Santo.

Além das Federações de Agricultura estaduais, os levantamentos contaram com o apoio do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e o Centro de Inteligência de Mercados da Universidade Federal de Lavras.

Os painéis para o levantamento dos custos de produção nas culturas do arroz, milho, soja e trigo no Rio Grande do Sul ocorreram no início de junho e reuniram produtores das regiões de Tupanciretã, Camaquã, Cruz Alta e Bagé.

Os custos de produção e as características da propriedade modal foram atualizados para o ciclo 2021/22. De acordo com os produtores, em decorrência da forte estiagem, a produção de grãos foi bastante comprometida.

Nas áreas irrigadas, foram alcançadas boas produtividades, como em Cruz Alta, com a colheita de 200 sacas por hectare do grão. A soja safrinha na região também apresentou bom desenvolvimento devido à regularidade de chuvas observadas no começo do ano, com a colheita média de 50 sacas por hectare. Já o trigo, nas regiões foi a cultura com melhor resultado em termos de produtividade e preço, com média de 55 sacas por hectare.

Foi constatado também que os produtores que anteciparam a compra de insumos pegaram melhores preços.

Os encontros que aconteceram em Santa Catarina foram sobre leite. No painel realizado em São Miguel do Oeste,  foram caracterizadas propriedades de 17 hectares, com média de 300 litros/dia obtidos com a ordenha de 25 animais Jersolando de produtividade de cerca de 12 litros/dia.

A produtividade por área destinada à atividade gira em torno de 7,8 mil litros/ha/ano, denotando média-alta tecnologia. Entre os principais itens que pesaram no bolso do produtor figuram a alimentação concentrada, comprometendo 40% da receita com o leite, seguida pela alimentação volumosa.

Em Chapecó, o levantamento identificou um período de transição na atividade leiteira, na qual a produção da propriedade típica da região está saindo do modelo de semiconfinamento para o confinamento, em sistema Compost Barn. O modelo identificado conta com a produção de 1,2 mil litros diariamente, denotando o maior aporte tecnológico entre os painéis catarinenses. Mesmo assim, os resultados permitiram a remuneração apenas dos custos operacionais efetivos, ficando negativa ao considerar os custos operacionais totais e custo total. Fica evidente, portanto, que a crise vivida pelo setor leiteiro nacional tem impactado todos os portes de propriedades.

A seca que acometeu a região nos últimos anos reduziu expressivamente a produtividade das culturas de ensilagem como o milho, produzindo apenas 35 ton/ha, e ainda com um material de qualidade inferior. Dessa forma, aumentaram-se os desembolsos com a aquisição de volumosos de fora da propriedade, onerando a produção. Ademais, a estiagem ainda prejudicou o fornecimento de água para a dessedentação animal, obrigando os pecuaristas a buscar fontes alternativas para hidratar as vacas.

Fonte: Assessoria de Comunicação CNA.