Bom outubro para as exportações de carne suína

Publicado em: 25/10/2019

As exportações brasileiras de carne suína em outubro tiveram bom desempenho e cresceram 56,3% até a terceira semana de outubro. Os embarques somaram US$ 97,3 milhões no período, o que quase supera o número de outubro de 2018 – naquele período, a soma foi de US$ 97,8 milhões. Com isso, a média diária deste mês ficou em US$ 6,9 milhões, contra US$ 4,4 milhões de outubro do ano passado. Os números são da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério da Economia.

Os dados se tornam mais positivos quando se observa a quantidade de carne suína embarcada. Isso porque, apesar do crescimento de 56,3% nas exportações – em valores –, o volume cresceu bem menos, a 19,1%. A explicação está no preço bem maior pago pela tonelada de carne suína em outubro deste ano, na comparação com 2018.

De acordo com os dados da Secex, a tonelada de carne suína brasileira custou US$ 1,801 em outubro de 2018. Agora, o valor está em US$ 2,364,4. O aumento foi de 31,3%.

No acumulado até a 3ª semana do mês, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores da economia brasileira, pela média diária, foi o seguinte: crescimento de US$ 11,76 milhões (7,2%) em Agropecuária; queda de US$ -103,6 milhões (-40,5%) em Indústria Extrativa e queda de US$ -89,51 milhões (-15,8%) em produtos da Indústria de Transformação.

Por outro lado, os preços do milho acumulam cinco semanas consecutivas de altas, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. A elevação de preço decorre das demandas nacional e externa mais aquecidas pelo insumo, afirmam os analistas.

Segundo colaboradores do Cepea, compradores domésticos estão com estoques baixos. Assim, consumidores, cerealistas e cooperativas têm elevado o valor pago, na tentativa de incentivar produtores a negociar o cereal. No entanto, esses agentes se deparam com a forte restrição de vendedores, que estão atentos ao clima desfavorável, ao forte ritmo das exportações e às altas nos preços internacionais do milho.

Nesse cenário, as negociações internas seguem lentas. Já ao mercado externo, as negociações estão mais intensas, inclusive devido às recentes valorizações internacionais. Os analistas apontam que, apesar disso, as cotações domésticas ainda estão mais atrativas.

Fonte: Suinocultura Industrial, com adaptação da Fecoagro