As cooperativas de crédito mostrando serviço

Publicado em: 02/05/2022

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC

Em um passando não muito distante, falar em cooperativa de crédito era gerar um ar de desconfiança. Se temia risco de colocar recursos numa instituição financeira, que não oferecia garantias e muito menos resultados aos seus associados. Aliás, isso acontecia também com os outros ramos do cooperativismo, notadamente, no setor agropecuário. O conceito era de que havia um grupo de espertalhões que comandava a cooperativa, nunca mais saia de lá, e levava vantagens pessoais, até quebrar a instituição e provocar descrédito geral, prejudicando um sistema associativo que tantos benéficos podem trazer numa comunidade.

Felizmente isso mudou. Regras mais rígidas, e maior profissionalização dos dirigentes e colaboradores, contribuíram para recuperar a imagem do cooperativismo, trazendo para a realidade atual, gerando credibilidade ao setor. Mas não é só isso. A devolução de resultados, em serviços, tem sido o principal ingrediente, para que as cooperativas conseguissem se transformar em empresas de alto valor econômico e social. Já está comprovado pelas estatísticas que onde existe uma cooperativa atuando, o índice de desenvolvimento humano é bem melhor.  Isso porque elas são geradoras e distribuidoras de riquezas na comunidade.

Voltando para o cooperativismo de crédito. É impressionante o avanço que esse segmento tem conseguido nos últimos anos. Os principais sistemas organizados hoje – Sicoob-Sicredi-Unicred-Ailos-, estão presentes nos mais distantes recantos deste país, e a cada ano, vem ampliando suas áreas de abrangência, com novas agências e novos serviços financeiros. Conseguem acompanhar os avanços tecnológicos que cada vez mais é automatizado o acesso ao crédito, mas não perdem sua essência de calor humano, estando presente em suas agências, com atendimento presencial e personalizado, diferentemente de outras instituições financeiras que se afastam das pessoas, especialmente dos pequenos clientes, e se aproximam do capital, das máquinas e dos canais eletrônicos, fazendo prevalecer o interesse econômico-financeiro, com pouca preocupação com o social.

As cooperativas de créditos têm dado exemplos de resultados, não apenas na prestação de serviços, conscientização financeira e participação comunitária, mas também em sobras no final do exercício. O Sicoob em SC e RS tem mostrado em sua prestação de contas, os expressivos valores que estão devolvendo aos seus associados, fruto da participação de todos nos resultados auferidos nas cooperativas, e que eles ajudaram a construir. As 38 cooperativas do Sicoob dos dois estados devolveram aos seus associados em 2021, R$ 828 milhões. Além de ter seus recursos de aplicações financeiras remunerados condignamente durante o decorrer do ano, sempre acima do mercado, e de obter as melhores taxas nos financiamentos, os associados das cooperativas de crédito tem de volta no final do exercício o que sobrou nas contas do balanço.

Registraram um crescimento de 10 por cento no número de associados, chegando a aproximadamente 1.200.000 cooperados. O crescimento da adesão de novos associados e clientes nas cooperativas de crédito é a mais evidente demonstração de que estão satisfeitos. Mas ainda é pouco representativo em termos globais no país, se comparado com outras instituições financeiras.  Apenas 6,3 por cento da movimentação financeira no Brasil, e  aproximadamente 10 por cento em SC, é feita através de cooperativas. Apenas para citar alguns números, em SC o Sicoob tem emprestado  em operações de crédito, R$ 19 bilhões, e  captação de recursos em depósitos totais nas suas cooperativas, em mais de R$ 22 bilhões . É uma boa oportunidade para aqueles que ainda não pertencem a uma cooperativa de crédito, analisem as razões de ainda não se integrarem nesse sistema que presta serviços equivalente aos bancos, com custos inferiores e ainda devolve o que sobrou no final de cada exercício. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro/SC