Agronegócio catarinense preocupado com os riscos da febre aftosa com a liberação de outros estados

Publicado em: 21/06/2021

A liberação pelo Ministério da Agricultura de outros estados como livre de febre aftosa sem vacinação está preocupando o setor agropecuário catarinense. O assunto foi objeto de videoconferência que contou com a participação de expressivo número de entidades do agronegócio, liderada pelo Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Estado de Santa Catarina – Sindicarne.

A preocupação manifestada por todos que se pronunciaram é de que os demais estados liberados não possuem o controle sanitário que SC tem, ou seja, rastreabilidade e brincagem dos animais, e o livre trânsito de animais sem controle da origem, pode trazer a doença ao rebanho catarinense. Além disso, há riscos elevados no mercado internacional, que poderá colocar restrições nas importações das carnes catarinenses por falta de controle de acordo com o que foi ajustado em contratos, especialmente por países mais exigentes, como o Japão, a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

Também foi manifestada a preocupação com a intenção do Ministério da Agricultura de liberar o trânsito de animais vivos para a agroindústria não integrada no estado, que também poderá trazer riscos da doença, especialmente no Sul do país, já que sem controle nas fronteiras, poderá entrar animais dos países do Mercosul e lá o gado é vacinado, portanto, em outro estágio de controle sanitário e de mercado. O MAPA precisa ser consultado sobre a situação dos certificados internacionais com as agroindústrias catarinenses após a ampliação das zonas livres de Febre Aftosa  sem vacinação

O secretário da Agricultura Altair Silva, e o presidente da Cidasc, Plinio de Castro, participaram da reunião e acolheram a preocupação do setor produtivo. Segundo eles, as regras que regem o trânsito de animais em Santa Catarina vigentes foram elaboradas a partir de discussões com os atores do agronegócio em Santa Catarina, baseado em informações técnicas e  respeitando o legado catarinense no cuidado com a saúde animal. Qualquer alteração que venha a ocorrer será apresentada e discutida novamente, visando preservar os acordos comerciais internacionais do Estado e a sanidade do rebanho catarinense.

Os deputados Moacir Sopelsa e Milton Hobus que participaram da reunião, disseram que embora possa ser alterada essa lei, sempre antes será considerada a situação diferenciada dos catarinenses. SC demorou 10 anos para conseguir a certificação internacional de área livre de febre aftosa sem vacinação, com altos investimentos dos produtores agroindústrias e governo do Estado, e já fazem 14 anos que está mantendo esse status, e precisa continuar tendo essa preferência de mercado, e não pode ficar exposto a riscos por falta de controle adequado dos demais estados que foram liberados pelo Ministério da Agricultura, disse o presidente do Sindicarne, José Ribas Junior.

O gerente de Exportação da Aurora Alimentos, Dilvo Casagranda, que também participou da reunião de lideranças do agro e que tratou do assunto, destaca a  posição da Aurora sobre esse problema:

 

 

Fonte: Fecoagro/SC