Comércio será prioridade e estrutura do Mapa diz ministra indicada

Publicado em: 14/11/2018

Indicada para chefiar o Ministério da Agricultura no próximo governo, a deputada federal Tereza Cristina (MS) defendeu o diálogo para resolver as incertezas relacionadas à política externa do Brasil e seus efeitos sobre o agronegócio.

Tereza Cristina fez a declaração em entrevista coletiva, quando perguntada sobre relações com árabes e chineses diante das recentes declarações de Bolsonaro sobre a China e a intenção de transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, que traz preocupação relacionada ao comércio com o mercado árabe. Para a deputada, é preciso refletir sobre essas questões.

“Tem que ter diálogo, colocar na mesa. Não temos ainda indicado o ministro das Relações Exteriores, que será muito importante para essas conversações”, disse a futura ministra da Agricultura.

Eventuais ruídos na relação com os árabes, por exemplo, podem afetar, principalmente, o setor de carnes. Esse mercado responde por cerca de 40% das exportações brasileiras de carne de frango e por 35% no caso da carne bovina. E o segmento halal, segundo as tradições da religião muçulmana, tem no Brasil um importante fornecedor.

Tereza Cristina procurou enfatizar que o comércio exterior será uma de suas prioridades como ministra. Lembrou da recente reabertura da Rússia para as carnes e pontou a questão dos acordos bilaterais do Brasil. Ressaltou, no entanto, que ainda pretende conversar com o presidente eleito de forma mais detalhada.

“Temos pontos muito importantes na parte de comércio exterior: os convênios, os acordos bilaterais que temos que ter. Ver o posicionamento desse problema do mercado de carnes, que é importantíssimo para o nosso País e temos alguns problemas acontecendo e outros melhorando”, afirmou.

A futura ministra negou haver definições sobre a nova estrutura do Ministério da Agricultura. O governo de transição estuda a possibilidade de colocar entre as atribuições da pasta a Secretaria de Aquicultura e Pesca e a Secretaria Especial de Agricultura Familiar, que pertencia ao extinto Ministério do Desenvolvimento Social e hoje está sob responsabilidade da Casa Civil.

Ela sinalizou que a tendência é do Mapa absorver essas estruturas, mas a definição caberá a Bolsonaro. Assim como a possibilidade de assumir também a Reforma Agrária. Sobre este assunto, especificamente, Tereza Cristina ressaltou esperar um bom diálogo com o presidente eleito e a equipe econômica.

Já sobre uma fusão com o Meio Ambiente, Tereza Cristina, que é crítica da ideia não falou especificamente. No entanto, procurou tratar o assunto como algo separado, sobre o qual ela poderia opinar “se for chamada”. Defendeu que a pasta tenha um ministro do “perfil que o governo quer”, mas altamente técnico.

Fonte: redação Globo Rural