Produtor da Coocam contabiliza perdas em suas lavouras

Publicado em: 13/05/2020

Produtores da região de Campos Novos, associados da Coocam tiveram prejuízos na safra de grãos, devido a estiagem que assola a região.

O engenheiro agrônomo Paulo Graeff Junior, técnico responsável pelo atendimento de pequenos produtores das regiões de Anita Garibaldi, Abdon Batista, Celso Ramos e São José do Cerrito, destacou a importância de a cooperativa estar ao lado dos produtores, no momento que em sua maioria dependem de uma assistência técnica, voltada a realidade de suas propriedades, muitas vezes com diversidade de culturas, condições pouco mais difíceis de produção e carentes de informação.

“Nosso trabalho é ajudar nossos  associados e clientes, para obterem os melhores resultados em suas lavouras. Precisamos estar ao seu lado nos momentos bons e principalmente nos momentos ruins, como esse ano, onde tivemos grandes prejuízos nas lavouras, na maioria dos produtores que prestamos assistência”, observa o agrônomo da Coocam.

As perdas no campo se estendem para outros setores da economia, especialmente aqueles relacionados diretamente com as lavouras. O produtor Adenilson Palavro atingido pela estiagem, conta que desde criança esteve envolvido na agricultura, já que se criou no interior e ajudava seus pais na lida do campo. Embora a esposa tenha uma loja de vestuário na cidade, a principal renda para o sustento da família, vem da agricultura uma atividade que neste ano lhe traz grandes prejuízos, mas, apesar das condições climáticas desfavoráveis, o produtor rural não desanima e segue em frente.

Palavro conta sua experiência e as perdas nesta safra de verão 2019/2020, compartilhando nunca ter presenciado um momento o qual tal está vivendo. “Já tivemos safras com pouco retorno, mas como estamos vivendo neste ano é a primeira vez”, diz. Com uma pequena propriedade entre os municípios de Abdon Batista e Anita Garibaldi, ele é um dos inúmeros produtores que vivenciou um ano atípico, comparando aos últimos cinco anos, onde as lavouras tiveram altas produtividades e um dos fatores positivo foi o clima, com chuvas nas horas certas.

Com uma área total de 104 hectares de grãos, sendo 80% soja e 20% milho, Palavro conta que a estimativa inicial era colher 65 sacas/ha de soja e 200 sacas/ha de milho. O produtor já chegou a colher mais de 80 sacas/ha de soja, com médias anteriores de até 65 sacas/ha.  Nesta safra, o milho não atingiu um metro de altura com enchimento dos grãos extremamente prejudicado. Infelizmente as condições climáticas não colaboraram para os bons resultados nas lavouras.

Na época de plantio houve chuva em excesso, dificultando o estabelecimento das culturas. Logo em seguida começou o período de estiagem e as plantas não se desenvolveram. O volume de chuva muito abaixo da média causou a maior perda da história do produtor. “O resultado em nossa lavoura foi de 24 sacas de soja por hectare e, se fôssemos colher o milho, não chegaria a 400 quilos por hectare”, diz Palavro, completando que não vale a pena colher a área de milho, já que seria perda de tempo e mais gastos com equipamentos e combustível. “O prejuízo para colhermos esse milho seria enorme”. Para tentar amenizar parte do problema financeiro, o produtor vai comercializar seu rebanho de gado.

Para o presidente da Coocam, João Carlos Di Domenico, é preciso políticas agrícolas que auxiliem melhor o homem do campo, ou seja, mais segurança aos produtores rurais. João Carlos mencionou como exemplo, um seguro rural com garantia da média de produção dos últimos anos. “Essa seria uma maneira de incentivar para que o homem do campo continue plantando”, disse Di Domenico. Os produtores rurais são profissionais que trabalham em suas empresas a céu aberto e a cada safra é um novo desafio.

Fonte: Coocam