Precisamos avançar nas decisões em 2021

Publicado em: 28/12/2020

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro

O ano de 2020 acabou. Um ano diferente devido o surgimento da pandemia que mudou muito nossos costumes, nossa forma de trabalhar e nossa forma de enxergar a vida. Talvez tenhamos nos tornado mais humanos, mais criativos, mais solidários e até mais eficientes. Tivemos que fazer muito com pouco, e tivemos que fazer um pouco mais para muitos. Talvez tenha sido um aviso para que reavaliássemos nossos comportamentos, nossa forma de agir e medir nossos potenciais para nos adaptamos a uma realidade nunca antes vivida.

Para ficarmos no nosso setor, tivemos muitos exemplos de mudanças que realizamos nesse ano de 2020, por força das circunstâncias. Precisamos de ora em diante, pós-pandemia, sermos mais assertivos naquilo que nos propomos a fazer. Muitos fatos nos mostraram que podemos mais. É só querermos avançar com mais agilidade e perseverança. Saindo da zona de conforto de como está, está bom.

Um assunto importante para o agro catarinense continua sem solução e esperamos que em 2021, avance. O suprimento de matéria-prima para produção de ração e, consequentemente, de proteína animal. Temos um parque agroindustrial exemplar em SC, mas não temos produção de grãos para suprir a principal necessidade que é o milho. O governo do Estado tem mantido programas especiais para aumentar a produtividade, tem se esforçado em abrir mão de receitas para viabilizar os pequenos agricultores a melhorar a sua estrutura, mas o avanço na produção de milho, não consegue acompanhar a demanda.

O Programa de Incentivo ao Plantio de Grãos de Inverno para suprir pelo menos parte dessa necessidade vem sendo discutido há mais de três anos, e ainda não passa de intenções.

Avançou em termos comerciais, onde a agroindústria se propõe a adquirir o trigo para produzir ração; avançou na intenção na distribuição dos insumos, onde as cooperativas se dispõem a fornecer aos agricultores para eles pagarem com a safra, mas não avançou na tecnologia de sementes. Sem sementes com produtividade que garanta cobrir os custos de produção, ninguém vai plantar trigo para essa finalidade.

A Embrapa diz que existem sementes, mas elas não aparecem de forma competitiva. Portanto, precisamos avançar nessa área. Se não houver agilidade na pesquisa de semente compatível e competitiva com o milho, vamos ficar sempre dependentes do milho, e SC tendo que buscar em outros estados ou países, pagando preços elevados pela logística. Está na hora dos projetos saírem do papel. Menos discursos e mais ação. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro