Os reflexos da greve dos caminhoneiros para o setor agrícola

Publicado em: 29/05/2018

A greve dos caminhoneiros trouxe impactos irreversíveis, como a mortandade de animais, e outros que deverão ser normalizados em apenas dois meses. A avaliação é da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).

Por falta de condições de transporte pelas rodovias brasileiras, milhares de toneladas de alimentos estão ameaçadas de perderem prazo de validade, enquanto o consumidor já enfrenta a escassez de produtos, segundo a entidade.

A associação contabiliza que pelo menos um bilhão de aves e 20 milhões de suínos sofrem com a falta de alimentos. “Com risco de canibalização e condições críticas para os animais, 64 milhões de aves adultas e pintinhos já morreram, e um número maior deverá ser sacrificado em cumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde Animal e das normas sanitárias vigentes no Brasil”, afirma a ABPA.

A mortandade cria uma grave barreira para a recuperação da produção do setor nas próximas semanas e meses. Outro impacto apontado pela associação é no preço, uma vez que as carnes suína, de frango e os ovos, que antes eram abundantes e acessíveis, poderão se tornar significativamente mais caras ao consumidor caso a greve se estenda ainda mais.

A ABPA registrou 167 plantas frigoríficas de aves e suínos paradas.  Mais de 234 mil trabalhadores estão com atividades suspensas. O desabastecimento de alimentos para o consumidor também já é fato, uma vez que milhares de toneladas de carnes e outros produtos deixaram de ser transportados para os centros de distribuição desde o dia 21 de maio, data do início da greve. Outras milhares de toneladas não foram produzidas pelas fábricas, que foram obrigadas a paralisar a produção por não terem mais onde estocar produtos.

A situação é caótica não só para o mercado nacional. A entidade aponta que aproximadamente 100 mil toneladas de carne de aves e de suínos deixaram de ser exportadas na última semana. O impacto na balança comercial já é estimado em US$ 350 milhões. “É importante que todos saibam: após o final da greve, a regularização do abastecimento de alimentos para a população poderá levar até dois meses”, ressalta a ABPA.

Fonte: Redação Avicultura Industrial/Suinocultura Industrial