O que esperamos dos novos governos

Publicado em: 05/11/2018

Por Ivan Ramos – diretor executivo da Fecoagro

Passado uma semana do pleito eleitoral de segundo turno, ainda há manifestações de surpresas com os resultados das eleições. Não que não houvesse a expectativa de mudanças diante da situação caótica em que se encontra o nosso País na área econômica, moral e política, mas pelos números que se apresentaram após as apurações. Quase todos reconhecem que havia necessidade de mudanças, mas poucos acreditavam que o resultado atingisse os patamares apresentados.

Para a presidência da República, os comentários pré-eleitorais eram que a diferença entre um candidato e outro seria maior do que as pesquisas mostravam, certamente devido às manifestações que circulavam nas mídias sociais. É verdade que o problema de saúde do candidato Jair Messias Bolsonaro o retirou das ruas, e o outro candidato teve maior facilidade de se apresentar ao eleitorado, e em política no Brasil é importante, porque o eleitor, especialmente os menos esclarecidos, gostam do contato pessoal com os candidatos. Há quem diga que o candidato perdedor fez votos demais, diante da crise que seu partido atravessa e de tantas denúncias apresentadas no decorrer da campanha.

Em nível estadual a surpresa foi ainda maior, mas com sentido contrário. Primeiro ninguém de sã consciência imaginava que o MDB ficaria fora do segundo turno, e perder para um partido quase insignificante a nível de SC. Depois o candidato Carlos Moisés vencer as eleições com mais de 71 por cento dos votos, diante de um candidato opositor que vinha fazendo campanha, articulações e negociações havia mais de quatro anos. A onda Bolsonaro ajudou evidentemente, mas os números foram inacreditáveis. Mas os resultados estão aí e agora é trabalhar.

Na área agropecuária, o novo governador eleito em SC cita alguns tópicos que foram anunciados no plano de governo. Bastante sucintos é verdade. Acredita-se que quando ficar definido quem será o secretário da Agricultura, se terá o perfil de conhecimento sobre o setor e o plano apresentado seja mais detalhado e revelados os instrumentos para ser cumprido. Não podemos imaginar que haja retrocesso no que já tem de bom na nossa agricultura. Temos sido modelo em nível nacional em diversas áreas, e qualquer governante deverá levar em conta isso. As entidades esperam ser ouvidas e o setor estará disponível para ajudar que o novo governo avance ainda mais e continue honrando o setor agropecuário catarinense no País e no exterior. Os sucessivos governos que aconteceram em SC sempre deram continuidade aos principais programas na área agropecuária e certamente esse também seguirá o mesmo caminho. O eleitor deve ser o fiscal para cobrar eventuais mudanças de rumo do que foi prometido e que possa prejudicar a atividade em SC. Pense nisso.