O cooperativismo cresce em todas as áreas de negócios no Brasil

Publicado em: 30/08/2019

O cooperativismo enfrentou sérias dificuldades durante os anos 1980 e em parte dos de 1990. Mudanças em políticas de crédito e juros levaram tradições cooperativas do segmento agrícola, principalmente, a uma situação financeira complicada. Algumas fecharam nesse período e praticamente todas tiveram de se reestruturar, adotando novos modelos de gestão e de produção no campo, principalmente com a agregação de valor. Em muitos casos, a verticalização do sistema produtivo e o fortalecimento de marcas próprias foi uma saída.

Os reflexos deste processo se refletiram ao longo da década de 2000, com administrações mais profissionalizadas e fortalecimento do cooperativismo em todas as suas áreas de negócios. Um dos segmentos que mais cresceu foi o crédito. Hoje, são cerca de dez milhões de associados e presença de agências de crédito como única opção para a prestação de serviços financeiros em quase 600 municípios do país. O grande salto neste ramo se deu em 2009, quando a Lei Completar 130/2009 equiparou as cooperativas de crédito a instituições financeiras. “Graças a ela, passamos a contar com um sistema regulado, com um fundo garantidor para os cooperados e com uma governança que age como denominador comum na garantia das boas práticas das cooperativas de crédito”, comemora Renato Nobile, superintendente do Sistema OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras.

Hoje, as cooperativas financeiras são responsáveis por muitos dos recursos que financiam investimentos feitos pelas cooperativas ligadas ao agronegócio. Boa parte delas são clientes destas instituições, cujo início se deu praticamente dentro do cooperativismo agro. Além disso, tem crescido muito o processo de intercooperação, cujo conceito é basicamente o de uma cooperação entre duas ou mais cooperativas frente a um objetivo ou foco comum. “Esse é um processo que ocorre bastante no agro, mas também vemos esse fenômeno ocorrer em outros setores, como o crédito, o transporte e até de saúde”, comentou Nobile.

Fonte: Revista Avicultura Industrial por Humberto Luis Marques