O avanço das cooperativas de crédito em SC

Publicado em: 27/05/2019

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro

Na semana que passou, mais uma vez as pessoas que acreditam e defendem o cooperativismo em SC lavaram a alma com mais uma demonstração de avanços no setor. Dessa vez nas cooperativas de crédito, mais precisamente no Sistema Sicoob. O presidente do Sistema em SC, Rui Schneider da Silva, reuniu os principais órgãos de imprensa da capital para mostrar os resultados alcançados em 2018. Conseguiu trazer no mesmo ambiente, não apenas jornalistas que noticiam ou opinam sobre os assuntos de interesse da população, mas também altos executivos dos principais veículos de comunicação de SC.

Foi importante mostrar àquele que tem um instrumento na mão para formar a opinião pública o quanto avançou o Sicoob nos últimos anos. Mesmo em épocas de crise e de retração econômica, até mesmo nas instituições financeiras, as cooperativas de crédito avançaram e com números realmente expressivos. Além dos resultados finais, devolvidos aos seus associados na conta corrente, fato que não acontece nas demais instituições financeiras, ficou claro que no decorrer do ano os associados que são clientes e donos e operam com a cooperativa de crédito, tiveram taxas e juros de financiamentos menores, e rentabilidade em suas aplicações sempre superiores do que aos bancos.

O presidente do Sicoob mostrou que os juros do crédito pessoa cobrados pelas cooperativas do Sicoob no ano passado ficaram na média de 1.9% ao mês, enquanto que nos demais bancos a média foi de 6,8%, mais que três vezes maior. No cheque especial nos cartões de crédito, os bancos tradicionais cobraram em média 305 por cento ao ano, e as cooperativas do Sicoob 142 por cento, portanto, menos da metade.

Além de cobrar bem menos nos juros e de não cobrar diversas tarifas, no final do exercício as 40 cooperativas do Sicoob SC/RS devolveram aos seus associados mais de R$ 333 milhões de reais.  É ou não é vantagem ser associado de uma cooperativa de crédito? O que ainda estamos precisando é esclarecer mais a população das diferenças de uma cooperativa de um banco, em termos de devolução de resultados. É notório que isso faz estimular as pessoas se associarem nas cooperativas ou centralizarem seus negócios no Sistema.

Não foi por nada que nos últimos cinco anos, mesmo em épocas de crises, os depósitos no Sicoob cresceram 171%; os ativos fixos 152%; o patrimônio líquido 142 %; as operações de crédito 134%; e o número de cooperados 82%.  E isso deve ter ocorrido também nos demais Sistemas, como o Sicredi, Unicred e Ailos, principais bandeiras existentes em SC. No relato do presidente do Sicoob, hoje o Sistema que congrega 40 cooperativas, soma 913 mil associados e quer chegar a um milhão brevemente. O cooperativismo catarinense tem nos dado belos exemplos sendo referência nacional, e o ramo de crédito é o que mais tem se destacado.

Outro ponto abordado pelo presidente do Sicoob merece reflexão: não cabe mais criação de novas cooperativas de crédito em SC. Cabe isso sim, e o Banco Central do Brasil deve estimular, é a incorporação de pequenas cooperativas em uma entidade maior e mais consolidada. O número de agências ou pontos de atendimento podem se ampliar para cada vez ficar mais perto do associado. Estruturas burocráticas e gigantescas não se fazem mais necessário, pois a tecnologia e instantaneidade nas comunicações permitem que um sistema integrado funcione perfeitamente sem prejuízo de qualidade a atenção ao associado e cliente, evitando custos administrativos desnecessários, canalizando cada vez mais os resultados para os associados, que são os donos e clientes das cooperativas.

Como em qualquer situação de mudanças de comportamento e enxugamento de estruturas, muitas cooperativas podem não gostar, mas não terá volta, a exemplo de que aconteceu em outras empresas, mesmo de bancos, com fusões ou .incorporações e será inevitável e caberá aos associados cobrarem isso. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro