Nova fase da carne fraca investiga pagamentos de R$ 19 milhões em propina a auditores do Mapa

Publicado em: 03/10/2019

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal executaram nesta semana, nova fase da operação Carne Fraca para apurar suspeita de corrupção praticada por auditores fiscais agropecuários federais em benefício da BRF, que colaborou espontaneamente com as investigações e revelou ter pago 19 milhões de reais a fiscais, informaram as autoridades.

De acordo com o MPF, a BRF decidiu colaborar sem que tenha firmado qualquer acordo de leniência, e não está sendo investigada como pessoa jurídica na operação. Pessoas da empresa envolvidas com os fatos à época, e que atualmente não estão mais na companhia, serão responsabilizadas, no entanto.

O pagamento de vantagens indevidas para ao menos 60 fiscais ocorria em espécie e também por meio da inclusão de fiscais e dependentes em planos de saúde pagos pela empresa. O esquema funcionou até 2017, quando o grupo empresarial passou por uma reestruturação interna, de acordo com a Polícia Federal.

A operação desta semana teve como objetivo cumprir 68 mandados de busca e apreensão em 9 Estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, informou a PF.

A BRF afirmou ao mercado que “nenhum de seus escritórios ou instalações ou de seus administradores foi alvo” de medidas de busca e apreensão na nova fase da operação Carne Fraca e que tem colaborado com as autoridades.

Já o Ministério da Agricultura reafirmou em comunicado à imprensa que tem “plena confiança em sua área de fiscalização agropecuária, já reestruturada, e entende que essa situação é uma exceção à regra e não compromete a efetiva atuação de seus 2.500 fiscais”.

Fonte: Reuters