Ministra da Agricultura defende fim do protecionismo dos países desenvolvidos na agricultura

Publicado em: 01/07/2019

Em discurso na 41ª Conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), em Roma, a ministra Tereza Cristina (Agricultura, Pecuária e Abastecimento) defendeu o fim do protecionismo dos países desenvolvidos e a adoção de princípios científicos na regulação do comércio internacional de alimentos.

Segundo a ministra, essas medidas são mais que necessárias para que nações pobres possam desenvolver seus setores agrícolas e o comércio mundial seja justo e livre para todos.

“Com o atual sistema baseado em regras sendo continuamente testado pelo poder daqueles Estados nacionais aderentes a um populismo regulatório, o Brasil está absolutamente convencido da necessidade de preservar o princípio científico na regulação do comércio internacional de insumos e alimentos. Um sistema global regulado apenas em benefício de alguns países ricos não é do interesse dos produtores e consumidores de alimentos em todo o mundo – e também não é do interesse do Brasil’, disse.

A ministra destacou que o protecionismo em países desenvolvidos ameaça o aumento da produção de alimentos nas nações em desenvolvimento, que ficam competindo com produtos subsidiados. “Um comércio agrícola de fato livre e justo permitiria, sem dúvida, a disseminação de melhoria das condições no campo, onde está concentrada a maior parte da pobreza no mundo. Desencadearia, ademais, um ciclo virtuoso, em que maior produção descentralizada garantiria maior acesso a alimentação e nutrição adequadas”. Segundo a FAO, 821 milhões de pessoas ainda passam fome no mundo.

Para Tereza Cristina, a FAO deve assumir o papel de “foro incontornável para o desenvolvimento, para o apoio técnico na produção de alimentos sadios provenientes da agricultura, da pecuária e da pesca e aquicultura sustentáveis”, junto com outros organismos internacionais, como Organização Mundial da Saúde Animal (OIE, sigla em inglês), a Convenção Internacional de Proteção Vegetal (CIPV) e Codex Alimentarius (programa conjunto da FAO e da Organização Mundial da Saúde).

A ministra parabenizou Qu Dongyu, vice-ministro da Agricultura e dos Assuntos Agrários da China, eleito como novo diretor-geral da FAO pelos próximos quatros anos. O governo brasileiro apoiou oficialmente a eleição de Dongyu.

Fonte: Coordenação-geral de Comunicação Social