Intercooperação internacional

Publicado em: 19/07/2021

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro/SC

No mês das comemorações internacionais do cooperativismo, muitos exemplos de cooperação e integração estão sendo mostrados a população, retratando os benefícios desse sistema associativo que consegue unir o econômico com o social, beneficiando a toda uma cadeia produtiva, independentemente do seu tamanho ou tipo de negócio. A intercooperação, isto é, a negociação entre as próprias cooperativas, do mesmo ramo ou de segmentos diferentes, faz parte dos princípios universais do cooperativismo e deve ser perseguida permanentemente. E porque esse modelo? Porque o cooperativismo busca a inclusão social, possibilitando participação nos resultados proporcionalmente para todos seus integrantes, não apenas econômicos, mas também cultural, educativo e comunitário.

A prática da intercooperação não é uma missão fácil, pois para se integrarem, as cooperativas precisam superar as dificuldades de mercado, de concorrência, as particularidades regionais, e até mesmo a assimilação da ideia por parte dos dirigentes, especialmente os operacionais das cooperativas. O cooperativismo catarinense tem sido referência positiva de intercooperação, pois conseguimos unir as cooperativas em negócios importantes no contexto socioeconômico, mostrando que é possível alcançar melhores resultados em ações conjuntas e repassado a seus integrantes, os cooperados, os benefícios da união.

Uma recente iniciativa liderada pela Fecoagro e Aurora Alimentos, prestigiada pessoalmente pelo secretário da Agricultura Altair Silva, e pelo presidente da Ocesc, Luiz Vicente Suzin, tenta mais uma vez aproximar as pontas, para minimizar problemas e buscar resultados para o sistema. A viagem a Foz do Iguaçu e ao Paraguai, integrada por dirigentes máximos das instituições do cooperativismo, poderá viabilizar mais um modelo de intercooperação. Ampliar a comercialização de fertilizantes no Paraguai, através de empresas cooperativas, e adquirir milho para o consumidor catarinense através de ações conjuntas, está no radar dos próximos negócios.

A Aurora necessita de milho para suas unidades produtivas, e no país vizinho é a origem mais viável para as aquisições. No lado do fornecimento de fertilizantes, a Fecoagro está preparada, inclusive com produtos especiais, mais tecnológicos, para atender os brasiguaios que plantam o milho que pode ser exportado para SC. Está aí mais um modelo de intercooperação, desta vez de abrangência internacional. Tanto a Aurora mostrou interesse nesse sistema de negócio, como a Lar Paraguai, braço da Cooperativa Lar do Paraná, pronunciou-se favorável em compras fertilizantes da Fecoagro e venda do milho para Aurora em um barter ou escambo informal acordado.

Trata-se de um tripé interessante para ajudar resolver problemas mútuos. Fornecer fertilizantes para quem não produz esse insumo, e oferecer milho para que tem necessidades. Falta apenas definir o modelo jurídico legal e operacional, já que preços o próprio mercado determina. Foram muito importantes as reuniões internacionais, ficando claro que há interesse mútuo nesse tipo de intercooperação. É mais um exemplo de união que pode ser modelo para o país, e mais uma vez, nascido no cooperativismo catarinense. Precisamos avançar na proposta, e os cooperados ficarem atentos para que o projeto vá para a prática. Pense nisso.

 

 

 

 

Fonte: Fecoagro/SC.