Indicador do Agro cresce e supera os 110 pontos

Publicado em: 17/02/2020

A confiança do agronegócio brasileiro registrou alta. O Índice de Confiança (IC Agro) do setor subiu 8,7 pontos, fechando o período em 123,8 pontos, marcando o melhor resultado desde o início da série. O IC Agro é um indicador medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).  “Os números demonstram alinhamento entre as expectativas geradas e a agenda prioritária do Executivo e Legislativo federais”, observa Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Como consequência, mesmo que as reformas não tenham avançado tanto quanto o esperado, os principais indicadores econômicos mostravam ao fim do ano sinais de recuperação mais consistente. As projeções para o crescimento do PIB em 2019 passaram de 0,82% em meados do ano para 1,17% em dezembro.

Dados do relatório mostram que o otimismo atingiu praticamente todos os segmentos pesquisados. Segundo a metodologia do estudo, os resultados indicam otimismo quando ficam acima de 100 pontos – abaixo disso, o sinal é de pessimismo.

Houve boas razões para manter os ânimos elevados. As entrevistas foram realizadas em dezembro, num momento em que as negociações para encerrar a guerra comercial entre Estados Unidos e China levaram a melhora nos preços de algumas das principais commodities agrícolas – sem acarretar, num primeiro momento, perdas substanciais das exportações brasileiras para o mercado chinês, salvo em casos isolados.

A confiança das indústrias ligadas ao agronegócio chegou a 122,2 pontos, alta de 3,5 pontos em relação ao trimestre anterior e o melhor resultado da série histórica, superando o recorde anterior, registrado no terceiro trimestre de 2019.

A confiança das empresas de insumos agropecuários (122,5 pontos) superou em 3,2 pontos o resultado do trimestre anterior e foi apenas 0,4 ponto menor que o recorde registrado há um ano. “As indústrias de fertilizantes, por exemplo, começaram a fechar negócios para a safra 2020/21 com antecipação raramente vista. Fabricantes de defensivos agrícolas também fecharam o trimestre com a expectativa de confirmar o segundo ano consecutivo de crescimento de mercado, deixando definitivamente para trás um período de estagnação que se estendeu de 2014 a 2017”, explica Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB.

Quanto aos Produtores Agropecuários, o entusiasmo foi mantido, refletindo numa alta de 16 pontos no índice de confiança, que marcou o recorde de 126,2 pontos. Pela primeira vez, desde que o levantamento começou a ser realizado, tanto os produtores agrícolas quanto os pecuaristas compartilharam níveis elevados de entusiasmo na variável que avalia as Condições do Negócio.

Marcio Freitas, presidente da OCB, explica que a alta dos preços contribuiu para melhorar a relação de trocas de produtos por insumos, estimulando os agricultores a antecipar as compras de fertilizantes para a próxima safra (2020/21). Internamente, deve-se destacar também o bom momento para o crédito rural, com juros baixos e aumento nos recursos disponíveis. “O clima demorou mais do que o esperado para se regularizar em regiões produtoras importantes, tornando o período de plantio da safra de verão um pouco mais atribulado do que no ano anterior – chegou a faltar chuva em partes do Paraná, do Mato Grosso do Sul e do interior de São Paulo”, completou Márcio Freitas.

Para o presidente da Fiesp, as reformas estruturantes perseguidas pelo governo apontam para um ciclo de recuperação com crescimento do PIB, juros baixos, inflação contida e progressiva melhora da situação fiscal do País por um período duradouro. “O cenário impactará positivamente a dinâmica do agronegócio, que deve apresentar uma reação mais acentuada do consumo no mercado doméstico, que é vetor do crescimento da produção brasileira para vários produtos do setor”, disse.

Fonte: Sistema OCB por Aurélio Prado