Indefinições no governo preocupa setor agro

Publicado em: 05/10/2020

O Estado de SC vive nesse momento em estado de apreensão. Talvez interesse pouco para a maioria da população, mas para quem vive o dia a dia dos negócios, da política, das atividades públicas e da sociedade organizada, torna-se importante o momento atual. Está tramitando nas esferas competentes, isto é, no Legislativo e no Judiciário, processo que pretende caçar o mandato do governador e da vice, em SC. Pelo que se sabe, são dois processos, um mais adiantado e que deve definir os destinos nos próximos dias e outro que está ainda na esfera do Legislativo que depois, se aprovado pelos deputados, deve seguir o mesmo tramite do primeiro. Os motivos desses processos são de domínio público, portanto, não precisamos detalhar.

O que preocupa em nosso setor agropecuário é de como serão as ações do governo de ora em diante, ou mais precisamente após a definição dos encaminhamentos.  Pelas regras conhecidas o processo deve demorar pelo menos 180 dias para ter uma decisão definitiva, e nesse período as ações de governo correm o risco de ficarem paralisadas. Se afastarem o governador e a vice, pelo rito atual assume o presidente da Assembleia Legislativa, e se esse declinar ou for impedido, deve assumir o presidente do Tribunal de Justiça. Qualquer um que assumir, deve ser interinamente. Pelo menos por seis meses.

A é que está a preocupação: como ficam as obras, os projetos, e novas decisões que o governo precisa tomar ou realizar? O setor agropecuário, em especial, tem um calendário agrícola para seguir. Não se pode ficar esperando os políticos resolver um problema que fica fora do alcance da população. Embora se reconheça o direito legal do processo, ele está ocorrendo em um pior dos momentos. Além da saída de uma pandemia que exigirá muitas providências governamentais, além das providências para quem foi afetado por estiagem e vendavais, também está na hora de se definir alguns encaminhamentos anuais especialmente na secretaria da Agricultura. É isso que preocupa o setor nesse momento. Se houver troca de governante, certamente o outro que entrar, interinamente não vai querer tomar decisões estratégicas. Além de parar tudo, não se sabe como ficarão os programas em andamento, pois cada gestor tem uma visão da gestão pública. Teremos que parar por seis meses e começar tudo de novo?

Para quem está no campo, buscando alternativas para manter a estrutura agropecuária do Estado, vai ficar pendurado em decisões políticas. Não cabe a nós analisar as razões ou os motivos dessa crise política, mas sim avaliar as consequências de uma interrupção de governo sem que isso tivesse sido planejado. Seja qual for a decisão, que seja rápida, para que possamos continuar trabalhando para não provocar um vaco na administração pública e, por consequência, afetar toda a economia e a população catarinense. Torcemos que tenhamos a menor repercussão traumática possível. Pense nisso.

Fonte: Fecoagr