Fecoagro tem expectativas positivas nas negociações de fertilizantes com Egito

Publicado em: 12/03/2019

            “O Egito oferece muitas oportunidades de negócios. Tanto nas importações de fertilizantes, como nas exportações de carnes e grãos”. Essa afirmação foi feita pelo vice-presidente da Fecoagro e presidente da Coocam Joao Carlos Di Domenico, no encerramento da viagem empreendida ao país, na semana que passou. Juntamente com o diretor executivo Ivan Ramos, e acompanhados por Ricardo Cortez, da Trading BLC Brazil, de Blumenau, e recepcionado pelo parceiro da Trading no Egito Mohamed Elohawary, que morou oito anos no Brasil e agora retornou ao Egito, os cooperativistas tiveram oportunidade de visitar diversas empresas de produtoras de fertilizantes, e também tiveram audiência com o Embaixador do Brasil no Egito, Rui Amaral, para mostrar o interesse de ampliar as negociações das cooperativas catarinenses com aquele país do norte da África e líder entre os países árabes, inclusive no Oriente Médio.

Na Embaixada Brasileira no Egito trabalha na área comercial a catarinense Fernanda Mansur Tansini, de Chapecó, que participou da audiência. O Embaixador disse que o órgão está aberto para auxiliar no apoio diplomático e burocrático para as negociações entre as partes e colocou a estrutura à disposição para auxiliar naquilo que for necessário. Anunciou que já está designado o adido agrícola brasileiro para o país e que nos próximos dias poderá ser o elo de ligação com os assuntos do agronegócio entre os dois países.

Ruy Amaral destacou que há um mercado aberto para os produtos brasileiros, exemplificando que o Egito é dependente de importações de alimentos, e as carnes podem ser o carro chefe para as negociações. Explicou que o país tem 100 milhões de habitantes, dos quais 10 milhões são Cristãos que também consomem carnes suínas, ao contrario do que pensam exportadores de outros países. As carnes de frango são permitidas pela religião mulçumana, mas suínas somente por Cristãos. O governo do Egito é grande importador de alimentos e não importa carnes suínas, porem, a iniciativa privada está liberada para essa s importações, disse o Embaixador Ruy Amaral.

A área de fertilizante objetivo principal da viagem dos representantes da FECOAGRO, observou-se que há interesse dos egípcios em exportar para o Brasil.

Já são tradicionais fornecedores e dizem que cerca de 60 por cento das exportações do país são para o Brasil embora entendam que a logística de transporte para a América do Sul seja problemática. A produção de fertilizantes no Egito é aproximadamente de 21 milhões de toneladas.

As exportações para o Brasil predominantemente é feita pelas Trading, que adquirem grandes volumes e depois fragmentam e repassam às Unidades Misturadoras para a produção brasileira. A intenção da FECOAGRO é tentar importar diretamente pelo menos parte das suas necessidades anual que é de 300 mil toneladas a fim de buscar redução e custos para os agricultores associados das cooperativas. Atualmente a Fecoagro já importa do Egito via Trading. Uma operação direta experimental, realizada recentemente mostrou que há margens para redução dos preços.

A equipe técnica da FECOAGRO já esteve no Egito conhecendo as fábricas e a qualidade dos produtos, mas, nesta viagem a direção da FECOAGRO fez visita institucional, mostrando a estrutura da Fecoagro e manifestando a intenção de parceria mais prolongada nas importações, mediante compromisso das partes.

Em todos os contatos feitos houve boa vontade por parte dos fornecedores de fertilizantes. Agora depende muito mais das negociações de preços entre as partes. A Fecoagro deixou claro que não pretende eliminar os tradicionais fornecedores e sim ter alternativas, até mesmo para regular os preços nas importações das matérias primas. Suas parcerias atuais devem continuar prevalecendo.

 

Os dados do Egito

O Egito tem uma área territorial de 1 milhão de quilômetros quadrados. Tem 100 milhões de habitantes, dos quais 90 por cento são mulçumanos e 10 por cento Cristãos. O país faz divisa com a Líbia, Sudão, Israel e a Faixa de Gaza da Palestina. A Capital é Cairo com 17 milhões de habitantes e a segunda cidade é Alexandria com 10 milhões de habitantes.  O fuso-horário em relação ao Brasil atualmente é de 5 horas à frente. Quando no Brasil são 7 horas da manhã por exemplo, no Egito já né meio dia.  A principal fonte econômica do Egito é o turismo, devidos suas famosas pirâmides. A preciosidade natural do Egito é o Rio Nilo. O único que fornece agua. É o maior rio do mundo em extensão. Banha diversos países e desagua no Mar Mediterrâneo no Egito.

A agricultura só produz às margens do Nilo. O restante do país é deserto. Só chove quatro a cinco vezes por ano. O delta do Rio Nilo é uma das regiões mais férteis do planeta Terra. Várias histórias do Egito Antigo envolvem o rio e a agricultura. Desde tempos antigos até hoje, o cultivo tem tido um aspecto importante na vida dos egípcios. O Egito ostenta seis milhões de hectares de terra fértil no Delta do Nilo e a tecnologia e demanda por novos produtos de agricultura têm trazido mudanças para o país. Algumas das mais importantes safras do Egito são de algodão, de trigo, de arroz, de trevo e de horticultura.

A moeda no Egito é a Libra Egípcia e tem valor menor do que o Real em relação ao Dólar Norte-americano. Para se comprar um dólar no Egito precisa de 17 libras. No Brasil e relação é de quatro por um. Mas o custo de vida é menor. A exceção de espaços turísticos, observa-se bons preços. Uma refeição média custa o equivalente a R$ 15,00. Um refrigerante custa menos de um dólar. Um apartamento de dois quartos em bairros residenciais custa o equivalente a R$ 400 mil. O aluguel em media R$ 1.000,00. A política monetária prudente do Banco Central do Egito ajudou a reduzir a inflação anual de 33% em julho de 2017 para 11,4% em maio de 2018. A inflação, porém, aumentou novamente para cerca de 16% em setembro de 2018”, afirmou Lall. De acordo com diretor-assistente, a inflação avançou em função dos preços da energia e dos alimentos, mas o Banco Central deve conseguir reduzi-la para menos de um dígito no médio prazo.

O salário mínimo só é definido para os trabalhadores do setor público. Quem trabalha na iniciativa privada, assina um contrato que pode ser individual ou coletivo. Segundo a OIT, o salário dos trabalhadores egípcios é em média de R$ 352,00 mensais.

Os dados de taxa de juros de curto prazo do Egito foram registrados em 16.96 % pa  em 2018-09. Este registro de uma queda com relação aos números anteriores de 16.97 % em 2018-08. Os dados de Taxa de juros de curto prazo do Egito são atualizados por mês, com uma média de 9.20 % em 2001-01 até 2018-09, com 213 observações. Os dados alcançaram um alto recorde de 19.01 % em 2017-07 e um baixo recorde de 3.80 % em 2002-10. Os dados de Taxa de juros de curto prazo do Egito permanecem com status ativo na CEIC e são reportados pela fonte: Central Bank of Egypt. Os dados são classificados sob o World Trend Plus’ Global Economic Monitor – Table EG.M007: Average Interbank Rate.

A língua oficial é o árabe, mas também se fala o egípcio, tido como um dialeto e o inglês é bem falados, especialmente na área comercial. O sistema de governo é semi-presidencialista. Tem primeiro ministro, mas que governa é o presidente, o atual é Abdai Fatah Khali Al Sisi é um Militar do Exército, que foi eleito pelo povo e atualmente goza de grande prestigio junto à população ativa e os empresários. No Egito é proibido o consumo de bebidas alcoólicas. Apenas em hotéis internacionais ou em residências privativas pode-se consumir bebidas alcoólicas, mas não é tradição dos mulçumanos consumir, assim como, o consumo de carne suína e camarão.

A grande expectativa de desenvolvimento de ora em diante e á utilização da descoberta do gás natural. O país será um dos grandes exportadores de gás, especialmente para a Europa e Israel. O gás natural também é o principal produto para produção de ureia e por essa razão espera participar ativamente no mercado internacional de nitrogenados, competindo com os países do leste Europeu, liderados pela Rússia.

O Egito já foi grande produtor de petróleo, mas agora perde para os países do oriente médio.

Atualmente o país está em franco desenvolvimento. Obras de infraestrutura viária e edificações modernas se observam por todos os lados. Estão construindo uma nova capital que fica distante 100 quilômetros da atual, em pleno deserto. Serão investidos 13 bilhões de dólares na construção, com recursos financiados pela China. O bairro Novo Cairo, construído pelo atual governo, está descentralizando o movimento central para retirar do conturbado centro a movimentação intenso em transito caótico e desorganizado.

Mas, observou-se avanços no desenvolvimento do país desde a nossa ultima visita a oito anos passados. O atual governo está eliminando privilégios sociais e muitas vezes distorcidos, e adotando práticas liberais dando oportunidades a todos que desejam crescer e se desenvolver. Está abolindo a corrupção e já colocou os dois últimos presidentes na prisão. Administra o país democraticamente, mas com autoridade e mãos de ferro.

Fonte: Fecoagro