Fecoagro completa 46 anos neste dia 25 de julho

Publicado em: 23/07/2021

O cooperativismo agropecuário de SC tem mais um motivo para comemorar neste final de semana. Neste domingo 25 de julho, dia dedicado ao colono, a Fecoagro completa 46 anos de existência.  Nesta semana, todos os dias, o programa de rádio Agronegócio Hoje, produzido pela Fecoagro há mais de 40 anos, tem dedicado parte do seu espaço diário para mostrar passagens vividas pela Fecoagro nesse período. Ex-presidentes e colaboradores desde o início dessa Federação apresentaram suas opiniões sobre a trajetória da Fecoagro, considerada de sucesso e que hoje é exemplo de integração no cooperativismo brasileiro.

Nos anos 70, o cooperativismo catarinense já existia, mas com a tecnologia e gestão da época. Não existia o Sescoop, e a preparação e formação profissional dos dirigentes e funcionários era realizada precariamente através de órgãos do governo, na época, o INCRA; a secretaria da Agricultura do Estado, por meio da COPA-Coordenação de Organização da Produção de Abastecimento, e pela  então Acaresc, hoje  EPAGRI, que mantinha uma Diretoria Estadual de Cooperativismo.

Nos idos de 1973, a globalização dos mercados era desconhecida ou inexistente. O sistema de comunicação era precaríssimo, e as informações do comportamento do mercado agropecuário eram obsoletas se comparamos com os dias atuais. Em SC apenas a cidade de Blumenau dispunha de DDD-Discagem Direta a Distância. Nem a capital do estado dispunha desse serviço de comunicação.

As cooperativas agropecuárias atuavam individualmente. Grandes, médias e pequenas, nos padrões de SC, embora tendo os mesmos objetivos nas atividades dos agricultores, entregavam resultados diferentes aos seus associados, pois os negócios não tinham padrão nem de qualidade, nem de preços dos produtos. Cooperativas vizinhas e às vezes atuando na mesma área, se degladiavam no mercado, concorrendo entre si e acabavam criando problemas ao apresentar resultados da comercialização, especialmente de soja – que na época a produção era pequena, e com poucos resultados econômicos – aos seus cooperados.

Nos anos de 1973/1974, as exportações de soja eram controladas pelo Governo Federal. Para se exportar precisa ter cotas, que eram liberadas pela então CACEX, uma Diretoria de Comércio Exterior do Banco do Brasil, que ficava no RJ. Essa exigência fazia a quem quisesse exportar fosse ao RJ reivindicar quotas. Nossas cooperativas com volumes pequenos na época, e com intenção de buscar o mercado internacional, sofriam por falta de uma coordenação estadual.

No meio oeste, em Videira, existia uma cooperativa central – CEMOESC que fora constituída para fazer captação de incentivos fiscais, que o Governo Estado proporcionava para construção de armazéns e exigia que fosse por uma Central e passou a reunir as cooperativas da região, para buscar as quotas de exportação e também negociar em conjunto no mercado para aquelas cooperativas: Coopervil, de Videira; Coperio, de Joaçaba; Coopercaçador, de Caçador; Copercampos, de Campos Novos; Cooperzal, de Capinzal; Copérdia, de Concórdia; Coopernúcleo, de Curitibanos e Coopernorte, de Mafra.

No oeste catarinense, lideradas pela Cooperalfa, Aury Luiz Bodanese, presidente de então, coordenava informalmente outro grupo de cooperativas da região que necessitassem de quotas parta exportação.

Assim, em diversas ocasiões os dois grupos se encontravam no RJ para pedir quotas. Em determinado momento a própria CACEX recomendou que SC se unisse e fizessem um único pleito, a exemplo do que já acontecia com as cooperativas gaúchas, através da Fecotrigo, hoje Fecoagro-RS, e no Paraná através da COOCAP lideradas pela OCEPAR.

Ai surgiu a primeira ideia para a união das cooperativas agropecuárias de SC. Após uma rápida passagem de coordenação informal via Ocesc, onde foi formado o Birô de Informações de Mercado, em reunião realizada no Cetrevi de Videira, entre cooperativas do meio oeste e do oeste catarinense foi decidida a criação de uma federação estadual de cooperativas agropecuárias, não apenas buscar quotas de exportação, mas também fazer negócios em conjunto e exportar a soja que nessas alturas já ganhava corpo em volume em SC.

Um grupo técnico constituído pelas cooperativas foi formado. Ivan Ramos da Coopernorte e CEMOESC; Oscar Zilio da Coperio; Moises Pollak da Cooperalfa; e Wanderley Reis, da Coopercentral Oeste, foram visitar outras entidades similares no RS e no PR, (FECOTRIGO e COOCAP) para conhecer o funcionamento daquelas, e depois propor uma minuta de estatuto social, e foi decidido oficialmente de formar uma federação.

Em 25 de julho de 1975, no auditório do Palácio SC, em Florianópolis, com a presença de quinze cooperativas assinaram a ata de fundação da FEDERAÇÃO DAS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA – FECOAGRO.

Atualmente a Fecoagro atua em quatro focos principais: Central de Negócios em compras conjuntas; Indústria de Fertilizantes; Convênios Governamentais e Ações Institucionais de Comunicação.

A história da Fecoagro está sendo contada em capítulos diários no programa Agronegócio Hoje, e vai até dia 30 de julho.

Vamos ouvir o que diz o atual presidente da Fecoagro, Arno Pandolfo, sobre as atividades desenvolvidas por essa Federação:

Fonte: Fecoagro/SC.