FAESC considera positivo do ano para a agropecuária, apesar dos riscos de faltar milho para o setor de carnes

Publicado em: 01/01/2020

O ano de 2019, foi considerado dos melhores da década, na avaliação da Federação da Agricultura do Estado de SC – FAESC. Segundo o presidente José Zeferino Pedrozo, a exceção do arroz e do leite, todos os demais produtos tiveram resultados positivos, quer em produtividade, quer nos preços.

O vice-presidente Enori Barbieri da Faesc analisou o quadro geral das principais culturas agrícolas para 2020, incluindo carnes, grãos, leite e outros produtos. Em razão do excepcional desempenho das exportações brasileiras de carnes em 2019, os resultados estão sendo muito bons para indústrias e criadores. O Brasil exportou muita carne neste ano, não há nenhum produto em falta, mas as vendas aquecidas para o exterior estimulam o aumento de preço no mercado doméstico porque a oferta, naturalmente, diminui.

Por outro lado, confirma-se dia a dia o alerta que a FAESC fez sobre a escassez de milho no mercado interno brasileiro em 2020, o que acarretará sérios prejuízos para as cadeias produtivas de aves e suínos e para o parque agroindustrial. A insuficiência de milho será decorrência de fatores naturais (seca, queimadas, atraso no plantio e redução de área cultivada) e econômicos (aumento das exportações do grão em face da situação cambial favorável).

A situação cambial estimula a venda externa e o País deve embarcar 40 milhões de toneladas. A exportação enxugará o mercado interno e, portanto, o milho-grão ficará mais escasso e mais caro. E tem outro detalhe: 5 milhões de toneladas serão transformados em etanol de milho no Centro-Oeste do Brasil, o que reduzirá ainda mais a disponibilidade do grão no próximo ano.

O Brasil inicia 2020 muito vulnerável, com estoques baixos e totalmente dependente do clima. Como o preço de mercado nunca esteve inferior ao preço mínimo, o Governo não se preocupou em fazer estoques. A saída será buscar milho no mercado internacional. Nesse caso, agroindústria e produtores pagarão pelo elevado custo de internação/interiorização do produto no País em razão das deficiências logísticas – más condições das rodovias, ferrovias, portos e terminais.

Fonte: Faesc