Estiagem: prevenir para não ter que remediar

Publicado em: 21/10/2019

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro

Essa frase pode estar bastante batida, mas vez por outra ela volta em evidência como alerta para cada um de nós. “É melhor prevenir do que remediar”. Isso ocorre em todas as atividades e com a grande maioria das pessoas. No âmbito familiar, comunitário, político ou profissional. Não temos o costume de nos planejarmos com antecedência dos eventuais riscos que podemos ter no nosso dia a dia. Mesmo que já tivéssemos exemplos de problemas por falta de prevenção, superado o episódio, esquecemos do assunto.

No momento estamos vivendo isso no setor agropecuário. A estiagem prolongada que está assolando nosso Estado não é novidade, pois em quase todos os anos ela acontece, com maior ou menor intensidade. E o que fazemos para nos prevenir? Evidentemente que não podemos mudar o clima, mas podemos nos preparar para enfrentar essas adversidades.

Na semana passada a Secretaria da Agricultura e a Epagri reuniu as entidades do setor agro para apresentar as perspectivas do comportamento do tempo nos próximos meses. O relato dos técnicos foi incisivo ao dizer que poderá faltar água, não apenas para as lavouras, mas para o suprimento da produção pecuária na avicultura e suinocultura principalmente. E daí o que fazer? Só rezar? Não, há como se prevenir.

O Governo do Estado já vem mantendo um programa de aproveitamento das águas da chuva há vários anos. Disponibiliza recursos com financiamento com juro zero para investimentos em cisternas e construção de reservatórios, adquiriu distribuidores de água para aviários e chiqueirões, estimula uma série de ações para amenizar eventuais estiagens que ocorrem com frequência em nosso Estado. A demanda dessa oferta foi mínima.

O serviço de extensão rural da Epagri e das cooperativas tem recomendado aos produtores rurais para se precaverem dessas anormalidades, mas há pouca adesão às propostas.  Água no decorrer do ano sempre existirá, mas precisa ser armazenada quando está disponível, para utilizar nas épocas de falta. O nosso país é pródigo em água, diferente de outras partes do mundo, por isso não nos preocupamos com a prevenção.

Se for verdade que cada vez mais estamos com aquecimento global e restrições de chuvas, está mais do que na hora, que mudemos de atitude e não fiquemos sempre esperando que quando não tem água, os governos socorrem, puxando dos rios e mananciais que também estão ficando diminutos. A mudança de hábito é salutar e precisamos enfrentá-la, pois está mais que provado, que é melhor prevenir do que remediar. Quem não faz no amor, vai fazer na dor. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro