Estado de SC quer buscar alternativas para suprir matéria-prima para produção de ração

Publicado em: 12/05/2021

A secretaria da Agricultura de SC está lançando oficialmente nesta semana um novo programa de estímulo ao produtor rural. Programa de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno. Com ele pretende ampliar a área plantada no inverno, com objetivo de fabricação de ração para ampliar oferta de matéria-prima complementar ao milho. “Como nosso Estado produz menos milho do que consome, há que se encontrar alternativa de outros grãos para fabricação de ração e garantia a competitividade das nossas agroindústrias”, disse o secretário Altair Silva.

As agroindústrias e os criadores de SC consomem 7 milhões de toneladas de milho por ano e produzimos menos de 3 milhões de toneladas. Isso tem provocado necessidade de trazer de outros estados e países a diferença, onerando o custo final. O secretário Altair Silva quer estimular os agricultores a aproveitarem melhor as áreas ociosas no inverno, plantando trigo ou triticale, para produzir ração também com esses cereais.

O Tesouro do Estado também perde com isso, pois o milho vem de outros estados com crédito de ICMS e internamente não é tributado, e o Estado perde em arrecadação. Segundo cálculos da Fecoagro, se o Estado de SC importar de outros estados 4 milhões de toneladas de milho, ao preço de hoje, perde mais de R$ 850 milhões de ICMS por ano. Se ampliar a necessidade de compras interestaduais, as perdas do Estado se elevam ainda mais.

“Para esse ano o novo Programa de Incentivo de Plantio de Cereais de Inverno do Governo do Estado pretende subsidiar apenas 20 mil hectares, investindo R$ 5 milhões para custear metade do custo da semente, que significa R$ 250,00 por hectare, limitado a 10 hectares por produtor. É um projeto piloto experimental para ver os resultados”, disse o secretário.

Será executado principalmente pelas cooperativas, sob a coordenação da Fecoagro. As cooperativas irão fornecer os insumos e as sementes para pagar com a safra, e receberão os grãos para suas fábricas de ração ou para repasse às agroindústrias. Já está comprovado pela pesquisa que é possível substituir o trigo pelo milho na fabricação de ração. Falta os agricultores plantarem e as agroindústrias comprarem antecipadamente por preços equivalentes ao milho.

A Cooperativa Central Aurora Alimentos, agroindústria do sistema cooperativo, já se prontificou em adquirir o trigo produzido pelas cooperativas, se estiver dentro das especificações técnicas exigidas para produção de ração.

Fonte: Fecoagro