É na crise que se apreende a criar

Publicado em: 13/04/2020

Por Ivan Ramos

Existe uma frase de efeito que costuma ser usada em época de crises que diz: não reclame da crise, tire o “s” da palavra e crie.

Outra frase que o nosso saudoso líder Aury Bodanese dizia: “Com dinheiro, qualquer um administra; quero ver a competência de administrar sem dinheiro”.

Estamos em tempo de crise. Uma situação que ninguém imaginava. E não é só o caso do Brasil. O mundo foi surpreendido, e nem os mais competentes, os mais ricos, os mais sabidos países do mundo se preveniram disso. Agora, cada um a seu modo, com os recursos que dispõe, estão criando formas de superar o problema. Toda crise deixa sequelas, provoca prejuízos, isso e indiscutível. Mas quem for mais criativo, mais ágil, pode sofrer menos.

A crise em que estamos atravessando, está deixando sofrimentos, mas também está mostrando muitas verdades para a humanidade. A primeira é que somos todos iguais, que ninguém e melhor do que ninguém quando se trata de saúde, e que há necessidade de revermos nossos comportamentos com relação ao próximo, porque o destino final para os atingidos é o mesmo: dentro de um caixão e em baixo da terra.  Quis o destino que isso acontecesse em épocas de paixão e ressurreição de Cristo. para que todos meditassem.

Outra verdade que essa crise está nos mostrando é que precisamos de união para resolver problemas. Tipo “cooperativismo”. A união todos para resolver problemas comuns. Nos municípios, nos estados, na esfera federal e no mundo. Aí entra a parte negativa, pois estamos em guerra contra um vírus devastador, e uma parte importante dos nossos políticos continuam se digladiando. Ao invés de se unirem, ficam se atacando, querendo mostrar forças em busca de objetivos políticos. Espera-se que se entendam e apreendam a ser unidos. Se não fizerem isso, serão os principais perdedores nas próximas eleições.

Mas ainda temos o lado criativo. Técnicos governamentais mostraram que são capazes e criaram, ao invés de só lamentarem a crise. Nunca na historia recente do Brasil houve tanta dedicação, agilidade e competência nas normatizações de medidas adotadas pelos órgãos públicos com alternativas de atendimentos na área da saúde e da economia. Embora os críticos de plantão continuassem reclamando de demoras, e esses são os plantadores de pessimismo, há que se reconhecer que houve agilidade sim nas decisões. quer no legislativo, quer no executivo. Quem conhece as amarras legais no serviço publico sabe os programas criados jamais aconteceriam em menos de 30 dias como está acontecendo. A crise ensinou isso também, liberação de bilhões de reais para atender a todos os segmentos atingidos. Providências cientificas estão sendo buscadas para proteger a população, mas também previdências econômica, com responsabilidade estão sendo encontradas para enfrentarmos o pós-crise.

Portanto, todos estão criando algo diferente que antes nem se imaginava existir. E o agro? O agro continua sendo o salvador da pátria. Nas crises econômicas e nas pandemias das doenças, o setor agropecuário não parou de produzir, mas se preocupando com a saúde de seus integrantes, e está assegurando a alimentação da população e ainda movimentando outros setores da cadeia na economia. Um belo exemplo para a população de modo geral. Estamos todos administrando mesmo sem dinheiro. Não estamos apenas reclamando da crise, estamos criando alternativas. Depois dessa crise, o mundo certamente será outro. Saberá valorizar mais a quem merece. Os trabalhadores da saúde, que tem todo nosso respeito pela dedicação, e ao setor rural pela disposição de continuar trabalhando e produzindo para alimentar a todos. Pense nisso.