Cooperativismo precisa de mais comunicação

Publicado em: 13/09/2018

Os benefícios que o cooperativismo proporciona não é de domínio público, ao contrário: a imagem do cooperativismo para a grande maioria da população brasileiro, é no mínimo dúbia, diz Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Aliança Cooperativa Internacional – ACI, na realidade, “há uma noção negativista decorrente da comunicação negativa, com uma certa contaminação ideológica”, informa, alegando que “o resultado positivo, aquele que envolve inclusão e mitigação da concentração de renda, não é conhecido”.

Exemplos para isso não faltam e são resumidos, pelo líder cooperativista, sem citar nomes, no seguinte quadro: “Se uma cooperativa quebra por problemas financeiros, logo surgem as aves de mau-agouro dizendo que o cooperativismo não presta. Se um banco quebra por fraude, por exemplo, ninguém diz que o sistema financeiro não presta”, constata, cobrando a necessidade de “uma comunicação do que são cooperativas e cooperativismo traduzida para o setor e para a sociedade de uma maneira geral, inclusive para a mídia, equacionando, assim, um problema histórico”.

A campanha Somos Coop, do Sistema OCB,  gerará ganhos, “mas o mecanismo ideal é uma campanha permanente e maciça na TV, focada na mulher, que é quem tem de perceber, sentir e compreender o sentido econômico da cooperativa, porque é a gestora da economia no lar em toda família brasileira e em muitos outros países. Temos de acessar a mulher, em todo o território nacional, falando para ela sobre a importância em entender o cooperativismo em seu dia a dia. A hora em que isso for feito, o cooperativismo deslancha no Brasil e atinge patamares próximos aos dos outros países”.

A solução do ex-presidente do Sistema OCB e da ACI é a de “misturar a imagem da instituição com o produto de qualidade”, preceitua e alerta: “Para isso, precisamos separar o joio do trigo, ou seja, é preciso eliminar as cooperativas que são falsas ou indesejáveis. Só assim o movimento cooperativista ocupará o espaço que lhe cabe no território nacional. Hoje, apenas 20% da população brasileira relaciona-se com cooperativas, o que é praticamente 1/3 da média mundial”.

Fonte: MundoCoop