Cooperativismo no Panamá começou pela área de crédito

Publicado em: 12/11/2019

O grupo de dirigentes de cooperativas da Fecoagro continua no Panamá. Na segunda-feira estava previsto uma audiência com o Ministro da Agricultura do país, para conhecermos dados e a estrutura fundiária do Panamá. Entretanto, devido ao ferido nacional, a audiência foi cancelada. Os catarinenses aproveitaram para conhecer os pontos turísticos da capital, cidade do Panamá, e receberam informações do guia do grupo, sobre a origem das cooperativas e a economia do país.

Aqui na cidade do Panamá o clima atual é semelhante ao do Brasil. Temperatura média gira em torno de 28 graus. A moeda no Panamá é a balboa, entretanto, o que domina por aqui é o dólar americano. É aceito em todos os lugares, como se fosse moeda local.

Sobre o cooperativismo local: foram somente nos primeiros 50 anos da República, que o país panamenho legalizou as cooperativas. Em 1920, foi o ramo das escolas, em 1926, o comercial e em 1947, o ramo do trabalho. Mas, nenhuma dessas leis teve qualquer efeito em iniciar um cooperativismo dinâmico e crescente no país. Naquela primeira fase, nove cooperativas de crédito foram fundadas sob as leis norte-americanas na antiga Zona do Canal, sem que sua existência tivesse qualquer impacto no Panamá ou uma abordagem ao cooperativismo nacional.

Em 1938 professores alemães apresentaram as primeiras palestras sobre cooperativismo na Universidade Nacional, que ocasionaram a introdução na Constituição da Nação.

Com a criação do Departamento de Educação Cooperativa no Ministério da Agricultura Comércio e Indústria, produto do Decreto-Lei 17 de 22 de setembro de 1954, é que foi a criada a primeira lei cooperativa geral, no meio do século XX.

Como resultado dos esforços do próprio setor cooperativo, em 1980 foi alcançada a aprovação da Lei 24 de 21 de julho, que criou o Instituto Cooperativo Autônomo do Panamá, mais conhecido como IPACOOP, responsável pelo setor privado, pela formulação, direção e execução da política de cooperação no Panamá. Nesse mesmo ano, foi aprovada a Lei 38, criando o Regime Jurídico Especial para Associações Cooperativas.

Dentre as cooperativas de produção Panamá, estão as de commodities agrícolas, pesca, artesanato, consumidor, marketing e salineiras. É o caso da Federação Nacional das Cooperativas Salineiras do Panamá (FENCONSPA), que é uma cooperativa de segundo grau, na comunidade de La Onda em Los Santos, entidade a ser visitada hoje pelos catarinenses.

No Panamá, cooperativas são criadas através da realização de uma Assembleia, com um mínimo de vinte (20) membros, semelhante a lei brasileira. Em seguida, é registrado pelo Instituto Cooperativo Autônomo do Panamá. Hoje, o cooperativismo tem o status de ‘sistema econômico’, porque tem todas as características de um.

Embora seja verdade que as empresas capitalistas ou de economia de mercado competem com as cooperativas, mas também aqui os críticos e defensores do cooperativismo apontam as diferenças substanciais entre os dois sistemas.  Os benefícios gerados pela empresa cooperativa são para todos e cada um dos associados. Segundo os postulados ou princípios do cooperativismo, existe um compromisso com a comunidade, com a economia do país e do meio ambiente.

O grupo de cooperativistas catarinenses permanece ainda hoje no Panamá, onde após visitar a Federação Nacional das Cooperativas Salineiras do Panamá para saber o funcionamento do processo de intercooperação da entidade, também irá conhecer o famoso Canal do Panamá. Uma obra de 80 km de canal artificial, que liga os oceanos Atlântico ao Pacífico, que facilita o transporte marítimo na região reduzindo as distâncias nas exportações dos dois lados do mundo.  Amanhã o grupo parte para a cidade de San Jose, na Costa Rica, para cumprir programação naquele país.

Fonte: Por Ivan Ramos – Direto do Panamá