Congresso celebra 50 anos da OCB e comemora sucesso do cooperativismo

Publicado em: 09/07/2019

O Dia Internacional do Cooperativismo e os 50 anos da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) foram celebrados em sessão solene do Congresso Nacional na quinta-feira passada. O sucesso do movimento cooperativista, que em 2018 gerou receitas de R$ 260 bilhões, e a certeza de que o futuro se mostra ideal para a ampliação do modelo, com seus ideais de empreendedorismo, compartilhamento e coletividade, foram ressaltados durante a sessão.

A OCB foi criada em 2 de dezembro de 1969, e o Dia Internacional do Cooperativismo é celebrado em 6 de julho.

“Temos a certeza de que o futuro é cooperativista, as novas gerações são e querem o cooperativismo. Hoje celebramos 50 anos com orgulho, e também iniciamos nossa jornada rumo aos próximos 50“, disse o presidente da OCB, Márcio Freitas.

O senador Luis Carlos Heinze (RS) — autor do requerimento para a homenagem, ao lado do deputado Evair de Melo (ES) — registrou que o movimento cooperativo remete ao pensamento coletivo, de união comunitária para enfrentar os desafios e facilitar o desenvolvimento, permitindo mais integração entre produtores e consumidores.

“Cooperar, de onde brota o sentido maior do cooperativismo, nos remete ao elo frágil, aos consumidores, algo que não é tão explorado quando o tema é abordado. O consumidor é a razão de ser das cooperativas que pensam e funcionam em um grau de excelência que ultrapassa o lucro pelo lucro, voltando-se ao consumidor ao mesmo tempo que une os produtores em função da oferta de melhores serviços numa plataforma diferenciada de desenvolvimento”, disse.

Lasier Martins (RS) citou projeto de lei dele (PL 2.107/2019) que torna o padre suíço Theodor Amstad patrono do cooperativismo brasileiro. Segundo o senador, a rigor, o cooperativismo no país nasceu no Rio Grande do Sul, fruto do trabalho do religioso para a facilitação de acesso ao crédito rural.

O presidente da OCB, Márcio Freitas apresentou os números do setor: são 15 milhões de cooperados, 450 mil empregos diretos gerados, R$ 350 bilhões em ativos e R$ 260 bilhões em receitas geradas que permanecem no país, frisou.

As cooperativas transportam 450 milhões de toneladas de bens, e 50% da produção da agricultura é originada nelas. São 594 municípios com cooperativas de crédito, onde não interessa a outros agentes financeiros entrar, e 31% do mercado suplementar de saúde é desenvolvido pelas cooperativas, listou Freitas.

“Nós fazemos, acreditamos no nós, no coletivo. Esta é a diferença do cooperativismo: a gente acredita que, se a gente ganha, todos têm que ganhar. Igualdade para nós é isso”, acrescentou o presidente da OCB.

O senador Irajá (TO) também citou que a agricultura, o que inclui as cooperativas, é responsável por um terço da economia brasileira e pelo saldo positivo da balança comercial. De tudo que é produzido no país, 50% têm como origem o cooperativismo nacional, disse. O setor é responsável por 4% do sistema financeiro e está prestes a superar o Banco do Brasil nos números das operações de crédito, segundo o senador.

Novidades

Na sessão, o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Fernando Schwanke, anunciou novidades para o setor. A ministra da Agricultura, Teresa Cristina, a quem representou, assinará portarias e decretos de interesse do setor, como o do Projeto Brasil Mais Cooperativo. Serão ações para impulsionar a inserção das cooperativas no mercado nacional e internacional e para estimular a intercooperação, com compartilhamento de boas práticas e troca de experiências de cooperativas de todas as regiões do país.

Outra alteração é em relação ao percentual nas declarações de aptidão ao Programa Nacional de Agricultura Familiar, para que as cooperativas com mais de 50% de agricultores familiares em seus quadros possam acessar as compras institucionais do governo, trazendo mais gente para o sistema. Mais um decreto a ser assinado pela ministra vai inserir todas as cooperativas no programa do Selo do Biocombustível Social.

Também participaram da homenagem o diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Sérgio Neves de Souza, e o embaixador especial da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) para o cooperativismo mundial, Roberto Rodrigues — que foi presidente da OCB e também ministro da Agricultura, no período de 2003 a 2006.

Fonte: Agência Senado