Banco do Brasil pretende lançar estratégia de pré-custeio

Publicado em: 26/02/2020

O Banco do Brasil planeja lançar sua estratégia de pré-custeio. Segundo o vice-presidente de Agronegócios e Governo, João Rabelo, ela está estruturada em uma linha de crédito com recursos controlados e uma com juros livres.

“No ano passado, fizemos R$ 10 bilhões nesse período de pré-custeio. Neste ano, será mais ou menos desse tamanho. Nos anos anteriores, tínhamos feito alguma coisa entre R$ 7 bilhões e R$ 10 bilhões”, afirma.

Rabelo não antecipou detalhes das condições dos financiamentos. Diz apenas que, nos juros controlados, a referência ainda serão as taxas adotadas no Plano Safra 2019/2020. Já na linha com recursos livres, o custo para o tomador final já terá por base a nova Selic, reduzida para 4,25% ao ano no início do mês.

“Nos juros controlados, ela (nova Selic) já influencia a taxa, que deve ficar ligeiramente superior à taxa controlada. A expectativa é muito boa”, avalia Rabelo.

Com esse formato de pré-custeio, explica o executivo, o Banco do Brasil visa atender uma base mais ampla na sua carteira rural em um período mais longo do ano. O crédito a taxas livres pode ser contratado de imediato pelo produtor, o que, a depender da situação, ele não poderia fazer no caso dos juros controlados, por conta das normas do crédito rural no Brasil.

“O Manual de Crédito Rural só permite operações de crédito controlado por 12 meses e tem algumas culturas e regiões em que o prazo de 12 meses expira em agosto ou setembro. Não dá para fazer o controlado agora. Vamos lançar uma linha livre para, se for do interesse, o produtor ter a liberdade de tomar crédito com taxas e prazos adequados ao ciclo de plantio”, explica Rabelo.

O vice-presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil diz acreditar que a demanda mais forte pelo pré-custeio virá, especialmente, de produtores de grãos, em meio a um cenário de antecipação acelerada do comprometimento do ciclo 2020/2021 em relação a anos anteriores.

A expectativa é de que os agricultores aproveitem o atual momento para garantir a compra de insumos e travar os custos da safra que ainda será plantada. “Os insumos, agora, estão mais baratos do que tendem a ser mais lá na frente. Vai depender um pouco do dólar, da janela de fornecedores. Por isso, é importante ter a liberdade de uma linha de crédito neste momento”, destaca Rabelo.

O Banco liberou R$ 15 bilhões em recursos de pré-custeio, para a compra antecipada de insumos para a safra 2020/2021. O montante estará disponível para produtores de soja, milho, algodão, café, arroz e cana-de-açúcar.

O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, disse que a iniciativa possibilita aos clientes adquirirem recursos de forma antecipada, aumentando a rentabilidade do negócio. “Permite também movimentar a economia de forma antecipada”, disse. “O BB é hoje responsável por 55,4% de todo o crédito destinado ao setor”, garantiu.

Segundo Novaes, o montante liberado para este ano é 47% maior do que foi contratado no ano passado. Em 2019, o banco liberou um total de R$ 10 bilhões para a linha.

Novaes fez ainda elogios à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e disse que ela é uma “unanimidade”.

Segundo o Banco do Brasil, as operações de pré-custeio poderão ser contratadas com recursos controlados com taxas de juros a partir de 6% ao ano e, alternativamente, com recursos não controlados (LCA), com taxas a partir de 6,1% ao ano.

Fonte: RevistaGlobo Rural / Estadão Conteúdo