Agrotóxico, só se for legal, faz bem para a agricultura

Publicado em: 03/12/2020

Os agrotóxicos modernos utilizados na nossa agricultura são eficientes, e se produzidos de forma legal no Brasil, cumprem seu papel no combate a doenças, pragas e plantas daninhas, contribuindo para os recordes de safra, exportações e produtividade na agricultura. Importante salientar que a produtividade brasileira de grãos, nos últimos 20 anos, teve um aumento de 65%, o que permitiu que a produção de grãos, nesse mesmo período, aumentasse 210%.

Agrotóxicos, por definição, são os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos, além de substâncias e produtos, empregados como desfolhantes, dessecantes, estimuladores e inibidores de crescimento. Os principais tipos de agrotóxicos obtidos por processos químicos são: herbicidas, inseticidas, fungicidas, nematicidas e acaricidas.

Grande parte do pujante desempenho da agricultura brasileira se deve ao uso de tecnologias, incluindo os agrotóxicos, o que tem permitido patamares elevados de produtividade. Sem o uso dos agrotóxicos, as culturas ficam mais suscetíveis às perdas na produtividade. Por exemplo, estima-se que perdas de produtividade da ordem de 10% na cultura da soja, devido ao ataque de pragas, resulte em uma redução de R$ 12 bilhões no PIB do agronegócio e R$ 3,2 bilhões na arrecadação federal, além de redução de 400 mil empregos.

Todos os agrotóxicos comercializados no Brasil são aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Dessa maneira, o registro destes produtos no Brasil é um ato complexo e demorado, carecendo de uma análise criteriosa e concordância por parte desses três órgãos. Posteriormente é feito o registro pelo MAPA, conforme previsto no Decreto no. 4.074, de 04 de janeiro de 2002, que regulamenta a Lei de Agrotóxicos. Esses procedimentos tornam a disponibilidade de uso de agrotóxicos no Brasil bastante rigorosa e criteriosa.

O desenvolvimento e registro de um agrotóxico levam, em média, onze anos. Os produtos legalizados são testados ao extremo envolvendo aspectos de eficácia de controle do organismo alvo e de toxicologia ambiental e para animais de sangue quente, como os mamíferos. Os testes definem, por exemplo, as doses recomendadas para uso em cada cultura, de forma a garantir a eficácia dos produtos e o manejo de resistência e, se existente, algum efeito toxicológico e ambiental adverso.

A informação foi divulgada pelos especialistas Augusto Goulart; Alexandre Roese; Rômulo Scorza Júnior e Crébio Ávila, pesquisadores da Embrapa Agropecuária Oeste, e está publicada integralmente no site da empresa.

Fonte: Embrapa Agropecuária Oeste