Agro pelo Brasil, presidente da Embrapa destaca importância de tecnologias digitais para o agro

Publicado em: 23/09/2020

O presidente da Embrapa, Celso Moretti, defendeu a importância da mobilização dos agentes governamentais na busca pela garantia da conectividade ao campo. Só com internet, produtores de todo o País terão acesso aos recursos tecnológicos responsáveis por oferecer condições de incremento à produtividade, sustentabilidade e geração de renda.

A questão foi apresentada no projeto Agro pelo Brasil,  promovido pelo sistema CNA/Senar. Moretti falou por conferência virtual aos participantes do evento sobre as demandas do cenário agropecuário brasileiro e as respostas da ciência às necessidades do produtor rural. E citou exemplos de como a pesquisa tem favorecido os avanços no campo e abordou as perspectivas para o futuro.

Participaram do painel o coordenador de comunidades e inovação do Senar (BA), Adauto Liberato, e o gerente de inovação do Senar (GO), Fernando Borges Fernandes, e o diretor-geral do Senar, Daniel Carrara. Para Carrara, “esse é um momento inovador do Senar. Inauguramos nosso sistema de comunicação alinhado com as novidades e com a vontade de inovar com a Embrapa. É muito bom contar com o apoio da Embrapa nesta nova iniciativa”, disse. Carrara é um dos integrantes do Conselho de Administração (Consad) da Empresa.

Como exemplo do potencial agrícola nacional, o presidente citou o que hoje representa a cultura do milho, distribuída em todo território nacional, e o que pode vir a ser o trigo tropical, desenvolvido por pesquisadores. “No entorno do Distrito Federal, temos produtores colhendo 8 toneladas de trigo por hectare e semana passada acompanhamos a colheita no Ceará, com a mesma produtividade do Cerrado em metade do tempo”, completou.

Ao abordar agricultura digital, o agro 4.0, Celso Moretti fez uma retrospectiva do caminho empreendido na Embrapa. Disse que, há 20 anos, a Empresa disponibiliza aplicativos para uso dos produtores: “e vamos continuar avançando até 2030, os rumos estão direcionados às ferramentas digitais na agricultura”. Também reafirmou a importância da conectividade para garantir a eficiência de recursos como a internet das coisas e a robótica. “Dados do IBGE 2017 revelam que 72% das propriedades rurais ainda não têm conectividade e esse é o grande desafio para que possamos avançar”.

O presidente falou sobre o trabalho de incentivo a startups ligadas ao agro, e o programa Pontes para Inovação, onde empresas iniciantes são postas em contato com grandes fundos de investimento. “Exemplos de sucesso são a Farmly, que produz cafés especiais e exporta para a Europa, a Gira e a SpecLab, as duas nascidas dentro da Embrapa”.

Entre as prioridades em pesquisa, citou plataformas digitais, uso de drones, inteligência artificial e visão computacional, georreferenciamento, automação, transmissão de dados, internet das coisas e robótica. “Essa é a nossa agenda, quando vamos sair do agro 4.0 de automação e conectividade para a autonomia total, que já é realidade em algumas propriedades, mas vai se massificar nos próximos anos”, concluiu.

Fonte: Katia Marsicano (MTb DF 3645) Secretaria de Inteligência e Relações Estratégicas / imprensa@embrapa.br