Negociações do preço do tabaco para safra 2018/2019 são suspensas

Publicado em: 22/01/2019

Após a segunda rodada de negociações para a definição do preço do tabaco para a safra 2018/2019, as entidades representativas dos produtores rurais, Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), as Federações de Agricultura dos Estados do Sul (Faesc, Farsul e Faep) e as Federações dos Trabalhadores Rurais (Fetaesc, Fetag e Fetaep), decidiram suspender as negociações.

A decisão foi tomada com base nas propostas apresentadas as quais ficaram abaixo da variação do custo de produção apurado tanto pelas empresas como pelas entidades. Apenas duas empresas apresentaram reajustes diferentes: uma acima da variação do custo de produção, mas sem uma linearidade e, a outra, com reajuste acima do custo de produção próprio, mas abaixo do custo apurado pelas entidades.

Outro ponto de divergência foi a proposta, da maioria das empresas, de aumento diferenciado por classe, com caso de redução no valor de algumas classes em relação à tabela da safra passada. Além disso, uma das empresas desrespeitou o processo de negociação e anunciou, antecipadamente, aos seus produtores o percentual que apresentaria para negociação, desestabilizando as negociações com as demais empresas.

O representante da Faesc e presidente do Sindicato Rural de Irineópolis, Francisco Eraldo Konkol, considera inaceitável que as empresas utilizem como argumento o aumento da produtividade para oferecer reajuste menor que o custo de produção, alegando que o produtor teve aumento nos ganhos em decorrência do crescimento de produtividade.

“Quase todas as empresas ofereceram percentuais de reajuste abaixo do custo de produção próprio o que dificultou o acerto entre ambas as partes. Não aceitamos isso porque entendemos que a mão de obra do produtor é mais cara do que a contratada”, pontua Konkol.

A partir de agora, a discussão será levada para o Fórum Nacional de Integração da Cadeia do Tabaco (Foniagro) para que sejam acertados os pontos de negociação. “Nosso intuito é beneficiar os produtores rurais que desempenham o trabalho mais pesado, investindo tempo e dinheiro para entregar às empresas um produto de alta qualidade nível”.

A inconformidade das entidades foi encaminhada ao SindiTabaco, com o alerta de que essa indefinição trará prejuízos para toda a cadeia produtiva, especialmente para os produtores que terão significativa perda de renda, além de fragilizar a relação entre a Comissão e as empresas.

A partir de agora, as entidades promoverão reuniões com os produtores de tabaco para debater o ocorrido no processo de negociação e definir os próximos encaminhamentos.  Somente uma nova posição das empresas fumageiras poderá reabrir as negociações. As entidades sugerem aos produtores que pressionem suas empresas para que comprem dentro do proposto para as classes. Por fim, as entidades representativas reafirmam seu apoio incondicional à cultura do tabaco no Brasil, e continuarão na defesa dos interesses de seus produtores, sendo indispensável que o setor industrial também faça a sua parte.

Fonte: MB Comunicação