As boas e as más expectativas do agronegócio para esse ano

Publicado em: 11/02/2019

Por Ivan Ramos diretor executivo da Fecoagro

Decorrido o primeiro mês do ano de 2019, o setor do agronegócio convive com diversas ações e comportamento dos agentes da cadeia produtiva para o novo ano. As expectativas positivas verificadas em função das decisões de ações profissionais e vieses liberais do Governo Federal contrastam com atitudes negativas adotadas no Governo do Estado de SC.

A realização de Dias de Campo nas nossas cooperativas serviu para mostrar às autoridades, aos agricultores e à comunidade, o quanto representa o setor agropecuário no contexto estadual, e quão avançada está a tecnologia utilizada no campo. Os Dias de Campo até agora realizados, começando pelo CDC Alfa em Chapecó, passando pelo Itaipu Rural Show em Pinhalzinho, o Campo Agro-Acelerador em Jacinto Machado e na semana que passou da Coocam em Curitibanos e Tecnorte da Copérdia no Planalto Norte, deu para sentir que estamos avançando na difusão de tecnologias, e as cooperativas sem dúvida são as propulsoras e difusoras das novidades que o campo dispõe, através de pesquisas e desenvolvimento de fornecedores de diversos produtos e serviços para os nossos agricultores.

Da mesma forma, os eventos em suas solenidades de abertura têm servido para reunir autoridades, políticos e lideranças para ouvir as reivindicações do setor, e para um governo recém-empossado, oportunizar conhecer o trabalho dos agricultores e das cooperativas e quanto representam na socioeconomia estadual.

Em nível federal há expectativas positivas nas mudanças anunciadas pelo novo governo. O que se espera que não fique só nas intenções e nos discursos, como aconteceu em diversos casos dos governos anteriores, porque estamos em dias diferentes, saindo de crises econômicas e políticas sem precedentes, e não poderá haver frustrações da população, especialmente do setor produtivo, que gera emprego e renda, além de tributos.

No Estado de SC, a gritaria continua grande sobre as medidas anunciadas no final do governo passado e adotadas pelo atual. Retirar incentivos fiscais de um setor que sempre garantiu a estabilidade econômica no Estado e no País como é o agronegócio e ainda tributar insumos agrícolas que garante a produção e a geração de tributos e renda, é não reconhecer a importância do setor.

Entidades representativas do ramo agropecuário já se manifestaram, mostrando aos nossos governantes que o que está sendo proposto, já que maioria só deve vigorar a partir de abril, é matar a galinha dos ovos de ouro.

Justificar que existem incentivos exagerados, e se precisa de arrecadação para cumprir compromissos governamentais, pode ser a intenção positiva de um governo, mas precisa olhar caso a caso e valorizar quem produz.

Ainda há expectativas de reversão do anúncio de tributação decretada pelo Governo Estadual, embora se ouça nos bastidores que tecnicamente não se pretende voltar atrás. Como estamos vivendo um governo pretensamente técnico, isto é, sem sensibilidade política e social, há a preocupação de que efetivamente não se volte atrás. Se isso ocorrer, o ônus não demorará muito a aparecer, e dai talvez seja tarde para reconhecer que o setor perderá com reflexos em toda a economia catarinense. Pense nisso.

Fonte: Fecoagro