Agronegócio é o setor que mais sofre com o tabelamento dos fretes

Publicado em: 24/07/2018

Segundo apontam pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, o agronegócio é o setor com maior vulnerabilidade ao tabelamento de fretes na economia brasileira, frente à possibilidade de elevação dos custos e a ineficiências na precificação.  Isso ocorre porque 42,3% de todos os serviços de transporte no País foram utilizados pelos produtos do agronegócio, segundo dados da matriz insumo-produto do IBGE de 2010 (percentual que provavelmente não passou por alterações muito significativas até o período presente).

De acordo com o estudo do Cepea, a grande intensidade do uso de transportes e o baixo valor em relação ao volume transportado, notadamente para atividades relacionadas à agricultura e agroindústria, tornam o agronegócio o setor mais vulnerável da economia.

No agro, as atividades mais vulneráveis ao tabelamento dos fretes são os cultivos de milho, laranja, arroz e a produção de leite. Ainda, os possíveis maiores impactos financeiros podem ocorrer nas cadeias da soja, da cana-de-açúcar, do milho e da bovinocultura de corte.

O artigo dos pesquisadores do Cepea aponta que a pressão sobre os custos do agronegócio recairá em menor remuneração ao produtor e repasse de grande parte destes custos ao consumidor final, prevendo-se, assim, impacto inflacionário importante, o que pode ser temerário em um período em que a economia brasileira ainda apresenta frágil perspectiva de recuperação.

A paralisação de milhares de caminhoneiros teve como efeitos imediatos o desabastecimento, a alta de preços e os consequentes impactos negativos diversos em diferentes setores econômicos, devido à dominância absoluta do transporte rodoviário no Brasil.

Fonte: Comunicação Cepea